sábado, 25 de dezembro de 2021

TRÊS MÃES ABUSIVAS, TRÊS FILHOS, TRÊS HISTÓRIAS
Três feridas em comum.

Sabe, em nossa mãe queremos encontrar apoio, conforto, amor e segurança, mas há um grupo de pessoas, me incluo nesse meio, que tem um vazio, pois possuem feridas maternas.
Então como ponto de partida, vou compartilhar os desabafos da Ludmila, 31 anos e S.L., 30 anos, esta em uma reportagem para a revista ISTOÉ, que também não tiveram o esperado amor incondicional de suas mães.

'Mãe, outro dia você disse que “algo quebrou” dentro de você, por eu ter vomitado algumas verdades; saiba que dentro de mim algo vem se quebrando há anos, gradativamente.
Eu estava quebrada, cheia de sequelas, e não conhecia a maior das causas, hoje eu conheço.
Quem tem ou teve uma mãe amorosa pode achar loucura e eu já achei que isso não era possível de acontecer, mas eu tenho marcas e cicatrizes causadas por você.
Pode não ter tido violência física, mas foi um relacionamento abusivo, é isso que tem pesado para mim e não é por culpa minha, não.’

'Me falaram que o que vem de uma mãe pode levantar ou derrubar um filho e é verdade.
Algo precioso quebra dentro das pessoas que descobrem que sua mãe é o real motivo dos seus problemas.
Em mim quebrou, mas isso foi libertador também, tirei todas as culpas das minhas costas depois de ver que a minha é que me causava problemas.'

Pois é, quanto mais a gente descobre a causa, mais um peso enorme vai sendo levantado dos nossos ombros, eu fui excluído, sofri abuso emocional, a minha mãe me abandonou, me expulsou porta fora - SOBREVIVENDO NO INFERNO - e a culpa não é minha.
Também aprendi, com a psicanalista Virginia Coser, que assumir que a culpa não é nossa pode ajudar na superação dessas feridas.

As vítimas de mães abusivas não são culpadas de nada, não é culpa delas que foram abandonadas, enganadas, manipuladas, atraiçoadas, elas não tem que ser apontadas, não é culpa delas. – Maycoln Teodoro, prof. de psicologia.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

MÃES ABUSIVAS (COMO A MINHA), FILHOS ADULTOS E CASAS DESTRUTIVAS
A gravidade do problema de voltar a morar em ambientes nada saudáveis.

As pessoas voltam para casa por várias razões, voltam porque não tem mais para onde ir, voltam por questões financeiras, enfim, muitos filhos se separam e caem na armadilha de voltar a morar com as mães em um lugar disfuncional.
Pois é, sem dinheiro, três mulheres, L., Flavia Dias, 30 anos e Tamiris Dalcol, 27, contam como estão vivendo essa situação, em um desabafo para a psicóloga Daniela de Oliveira, vejamos.

‘Não deveria existir problemas em voltar a morar com nossas mães, porque dificuldades na vida acontecem, porém, psicológicamente, essa volta mexeu com a gente.
Não imaginei que seria uma coisa tão difícil, falta meu espaço, minha autonomia, enfim, tudo.
Foi um processo difícil e dolorido, viver com a minha mãe novamente é estar sob constante estresse e ter de lidar com crises de ansiedade.
Minha mãe sempre foi muito abusiva e agressiva, mas ela só era assim comigo, isso sempre me deixou confusa, conta L. que prefere não revelar nem idade nem profissão, por medo de ser identificada pela mãe, com quem voltou a viver depois de ficar desempregada.'

Impressionante como as historias se cruzam com as nossas, como outras pessoas sofrem as nossas dores de formas semelhantes, exatamente como me sinto.
Eu sei o que é perder privacidade, espaço . . meu quarto, meus móveis, minha cama, meu colchão e até a minha paz interior.
Vivo isso tudo há muito tempo, é lugar comum para mim, é que, de uma maneira, a minha vida “acabou” quando voltei para essa casa.

Os limites pessoais, o direito à privacidade, não são respeitados quando se tem uma mãe como a minha (eu já peguei ela olhando pelo buraco da fechadura).
Mães assim são pessoas extremamente invasivas e opressoras, que querem ter total controle sobre a vida de seus filhos, mesmo quando adultos.
E ‘até mesmo uma criança de três anos tem que ter sua privacidade e sua individualidade’, nos lembra o psicológo do site MundoPsicologos.

Flavia, L., Tamiris, sabe por que sou tão mais feliz longe de casa? Por que eu odiei voltar? Por que meu sonho é mudar dali para nunca mais ter que lidar com essas coisas?
Porque o que os outros chamam de inferno, eu chamo de casa - SOBREVIVENDO NO INFERNO.

Morar com uma mãe abusiva nunca é de graça, você pode não pagar com dinheiro, mas paga com sua saúde mental. – Michele Engelke

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

MÃES NORMAIS E SAUDÁVEIS (NÃO É O CASO DA MINHA) COLOCAM O FILHO EM PRIMEIRO LUGAR
Mães abusivas, podem transformar a vida do filho em um inferno.

Aquela imagem do amor incondicional de mãe nem sempre é o modelo real para algumas pessoas, assim começava o desabafo de uma mulher chamada Gizélia Oliveira, sobre o assunto que eu tenho aqui exposto com bastante expressividade.

'Mães quebradas existem e não são raras, elas podem estar em qualquer lugar e em qualquer família.
Algumas possuem a capacidade de destruir a vida da gente, elas dão tratamentos distintos aos filhos e escolhem um bode expiatório, e acredite, elas conseguem nos culpar por isso.'

O que me levou a pensar na minha família e, em especial, em minha mãe, uma mãe perversa, cruel, que trata melhor outras pessoas do que o próprio filho (único) - SOBREVIVENDO NO INFERNO.
Sabe, a maioria das mães ao perceberem que estão ferindo os filhos buscam formas de atenuar ou resolver os possíveis danos.

São as mães emocionalmente saudáveis, que conseguem perceber o impacto que as atitudes delas podem causar na vida dos filhos.
Mas a minha, é uma mãe emocionalmente abusiva, que nunca esteve preocupada comigo.

Libertar todos os envolvidos nessas sombrias e destrutivas tramas maternas é iluminar o caminho de redenção dessas famílias. – Polyana Luiza Morilha Tozati, psicóloga.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

SOBRE MÃES ABUSIVAS (COMO A MINHA)
Mulheres que, com seu comportamento, arruínam a vida dos filhos.

Aprendi algumas coisas através de leituras de especialistas e profissionais no assunto e principalmente da observação do comportamento da minha mãe, e gostaria de compartilhá-las.
Falo sobre uma mãe que praticou abusos emocionais e que apesar dos comportamentos inadequados, nada saudáveis, nunca assumiu a responsabilidade pelo que fez comigo.

Sabe, o comportamento deficiente da minha mãe prejudicou vários aspectos na minha vida, destruiu a minha saúde mental.
E como é que eu lido com isto? E como é sobreviver?

É um desafio enorme, eu tive que redescobrir pequenas coisas, sobretudo na própria solidão, coisas como me refugiar nas lembranças boas de outras pessoas.
Tive que aprender a encontrar em outro lugar na vida o que não recebi dela, aprendi a encontrar cuidado, respeito, amor, tudo aquilo que ela me negou - SOBREVIVENDO NO INFERNO.

No fim das contas fica o ensinamento: Não cair na armadilha da culpa é a pedra fundamental da relação com mães desse tipo, foi assim comigo e pode ser com você.
Então, se sua mãe é abusiva, eu quero que saiba que não tem absolutamente nada de errado em procurar conforto em outros lugares, você tem esse direito, você não será um filho ruim.

Você não pode escolher sua família, mas não há nada que o impeça de desejar ter tido uma mãe melhor e não ter que lidar até hoje com essa pessoa terrível. – Adam Dorsay, psicólogo.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

DESABAFOS DE TODA UMA VIDA, À PESSOA QUE ME GEROU E ME CRIOU
Para aquela que não é mãe.

Sei que o convívio entre um filho e a mãe nem sempre é fácil e desentendimentos são normais, entretanto, há situações que ultrapassam tudo o que se pode representar amor e cuidados reais.
E foi assim, foi como eu descobri que minha relação com você, mãe, é disfuncional.

Mãe, eu olho para trás e vejo que, algo deu errado para você há muito tempo e deu início à uma série de comportamentos cruéis e nada civilizados seus.
Lembro que você foi negligente e perversa, em vez da mãe carinhosa que eu precisava, lembro-me de você estar muito ocupada para ser minha mãe, pois tinha que cuidar dos seus escolhidos (e olha que eu sou filho único).

Lembro que fui abandonado quando precisei de você, lembro que fui desmerecido, subestimado, desrespeitado na frente de outras pessoas, lembro que fui excluído.
E por que você me excluiu? Quem sabe, não é mesmo?

Foi traumático, a estupidez com que você me tratou foi algo devastador, minha exclusão sangra até hoje.
Sinceramente, sua longa história de comportamento abusivo a desqualifica para ser minha mãe.

Então, fica a pergunta: Mãe, será que eu posso chamar isso de um relacionamento saudável? Aliás, será que posso chamar isso de relacionamento?
Não, a verdade é que já não existe relacionamento entre nós há muito tempo, porque, você mãe, me deu o inferno - SOBREVIVENDO NO INFERNO.

A relação de mães e filhas não é cor-de-rosa, é ambígua, complexa, aquela história de "somos as melhores amigas" ou "minha mãe é meu ídolo" esconde mais do que parece. – Brenda Fucuta, jornalista.