sábado, 25 de maio de 2019

UMA VIDA SEM DESAFIOS NÃO VALE A PENA SER VIVIDA?

Qual seria o seu desafio?
Algumas pessoas são desafiadas pela vida através dos anos, ora por uma fatalidade outrora por certos descuidos ou ainda por certas tragédias.
Umas sofrem mais e outras menos, mas a verdade é que todos os seres humanos em algum momento de suas histórias passarão por desafios complicados e angustiantes.

Mas precisamos levar em conta também as ressalvas abaixo do psicólogo Ted Feder.
‘Algumas tragédias acontecem face nem sempre ao inesperado, pois as vezes tem dramas anunciados.
E o drama para cada um não é aquele drama que se vive coletivamente’.

Bem, isso tudo é muito importante, mas existe algo fundamental.
Encare os problemas como desafios que merecem uma resposta à altura.
A propósito, isto eu venho pondo em prática, depois daquela noite devastadora, depois das atitudes abomináveis.

A adversidade é como um forte vendaval. Arrebata tudo menos o que não se pode arrebatar, e faz com que nos vejamos como somos na realidade. – Arthur Golden

sexta-feira, 24 de maio de 2019

'INTELIGENTE NÃO É QUEM SABE PARA ONDE IR, MAS QUEM APRENDEU PARA ONDE NÃO DEVE VOLTAR’

Caminhos diferentes, por vezes, levam para o mesmo espaço.
Dizem que os nativos lembram as diversidades da vida e dos caminhos.
Bem, a vida corre por estradas sinuosas, os seres se encontram em determinados pontos de suas caminhadas, se entrelaçam, se afastam, partem, retornam às origens.

Há muitos caminhos para chegar ao mesmo lugar.
E o ponto de partida também é o ponto de chegada trazendo-nos a questão do retornar sempre.

Sim, usar os caminhos para a conduta da vida, para lidar com adversidades, com o inesperado, valorizando o que importa de verdade, e viver com sabedoria.
Sabedoria . . o dom que nos permite discernir qual o melhor caminho a seguir, a melhor atitude a adotar, nos diferentes contextos que a vida nos apresenta.

Mas retornos e desvios também fazem parte dos caminhos da vida, usá-los quando necessário não é sinal de fraqueza.
É, depois daquela noite devastadora, dos atos abomináveis, eu aprendi para onde não se deve voltar.

Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino pelos caminhos que escolhemos para fugir dele. – Jean de La Fontaine

quarta-feira, 22 de maio de 2019

'FAMÍLIA: URGÊNCIAS E TURBULÊNCIAS'

O que é uma família disfuncional?
Quem nos responde é Flávio Gikovate, médico psiquiatra e psicoterapeuta.
‘É formada por indivíduos ligados por elos sanguíneos, que se encontram em conflitos, mau comportamento ou mesmo abusando uns dos outros de forma regular, tem sintomas e protótipos de comportamento resultantes de suas próprias experiências dentro de uma estrutura familiar.

Pode afetar-se diretamente por vários fatores como: rejeição, falta de limites, ordens e mensagens não muito claras, extremos em conflito, desde pequenas discussões até brigas terríveis.
Penso que, em muitos casos, a perversidade e a traição predominam entre os membros, sentimentos positivos são abafados por uma relação tumultuada e por conflitos de todo o tipo.

Expressar a sua tristeza e descontentamento com os membros de uma família disfuncional ou esperar que entendam o seu sofrimento tende a revelar-se como uma grande perda de tempo.
Se a sua família é disfuncional, ou seja, não funciona de maneira a contribuir com o seu crescimento e desenvolvimento pessoal, qualquer tentativa sua de curar as suas feridas e evoluir emocionalmente provavelmente será rejeitada, pois tendem a ser imaturos emocionalmente.’

Thais Lopes Trajano, psicóloga, acrescenta: ‘acontece que a família é onde construímos e nutrimos nossas primeiras relações, os vínculos costumam se desenvolver de forma intensa.
Ocorre que muitas vezes esses laços se constituem de forma a não estabelecer limites a essas relações, tornando-as disfuncionais.

Podemos dizer que ocorre um bloqueio no processo de comunicação familiar.
Não me refiro a situações isoladas ou casos específicos, me refiro a ciclos repetitivos que adoecem as relações, todos têm prejuízos em suas vidas.

É extremamente necessário que o indivíduo entenda que quando a dinâmica familiar é regida pela desarmonia ela é disfuncional.
A consciência do funcionamento familiar já é de grande valia já que muitas pessoas vivenciam essas situações sem nem ao menos perceber que algo está disfuncional, mesmo em casos em que haja sofrimento manifesto.
Em alguns casos uma conversa com alguém fora da família, como um amigo, poderá alertar e provocar desdobramentos no lidar deste individuo com seus familiares’.

E uma grande observadora do tema, Elsa Morais finaliza: ‘embora eu não seja psicanalista, me submeti à análise durante longos anos e aprendi devagar a enxergar, por exemplo , mosaicos familiares, frequentemente desconexos.
As relações familiares são guiadas por desafios e conflitos, o laço sanguíneo, muitas vezes não é o suficiente para gerar uma “relação”, é preciso cortar o cordão umbilical.
Minha família sabe de tudo isso e ninguém “mete a colher” mas quando querem, são os primeiros a me criticarem.’

Bem, isto tudo tem o mais profundo sentido, vivenciei isso após aquela noite devastadora.

É rara a vez em que os membros de uma mesma família crescem sob o mesmo teto. Richard Bach

terça-feira, 21 de maio de 2019

A SENSAÇÃO DE VULNERABILIDADE POSSUI UMA ESSÊNCIA, UM ARGUMENTO PRINCIPAL, AMARGA

É o que faz que uma coisa seja o que é, e não outra coisa.
Sabe uma sensação desagradável? Desconforto?
Bem como uma inquietação indefinida ou uma situação constrangedora?

Ela tem muitos efeitos na vida de uma pessoa, existem muitos níveis, quase sempre causa algum trauma.
Está geralmente enraizada em coisas como ofensa e amargura, ela cresce em camadas.

É um mal-estar geral que pode ser desencadeado pela percepção de ser vulnerável de alguma forma.
Pode se caracterizar também por um sentimento de quem não se acha amado, este é um dos conceitos.

Vulnerabilidade não tem nada a ver em ser frágil, fraca, implica ter uma sensibilidade especial que a pessoa vai protegendo por meio de uma couraça, adicionando camadas diante de cada decepção, todas as pessoas são vulneráveis às vezes.
A maioria dos seres humanos é emocionalmente vulnerável e tem a capacidade de se machucar.
Um simples comentário inopinado pode carregar o peso de alguma experiência, infelizmente, tendemos a ser atraídos pelo que já sabemos.

Também, o hábito de nos distanciarmos dos sentimentos, especialmente quando negativos, bem como recusar-nos a valorizar a sua sabedoria e a nossa própria vulnerabilidade apenas contribuem para que se crie uma distância ainda maior com os outros e conosco mesmo.
É preciso controle emocional, que é a habilidade de lidar com os próprios sentimentos, adaptando-os conforme a situação e expressando-os de maneira saudável para si e para o grupo no qual está inserido.

Bem, uma pessoa com um mínimo de sensibilidade pode discernir a minha intensa vulnerabilidade, devido aos atos abomináveis depois daquela noite devastadora.
Mas, as pessoas com sensibilidade são cada vez mais raras.

Se você não vê uma vulnerabilidade em alguém, você provavelmente não está se relacionando com aquela pessoa em um níveo pessoal o bastante. – Jonathan Blow

segunda-feira, 20 de maio de 2019

'AH, COMO É BOM TER PARA QUEM CONTAR AS COISAS’

É a exteriozação de sentimentos penosos.
Autoria de Suzana Herculano-Houzel.
'Outro dia cheguei em casa com fumaça saindo da cabeça, tamanha minha irritação com questões variadas que venho remoendo.
Se meu marido não estivesse em casa, eu teria continuado insistindo mentalmente no assunto e só me irritando mais.

Mas ele estava aqui, e me ofereceu seus ouvidos e comiseração, era tudo de que eu precisava, uma oportunidade para meu cérebro então poder sossegar.
Por isso segurar um desabafo dá tanto trabalho, e por isso contar é tão bom.

Preocupações são representações mentais angustiantes, aflitivas, que levam à ativação de uma estrutura do cérebro especializada em antecipar problemas.
Ativado, o cérebro dispara uma série de alarmes, parte da resposta ao estresse da preocupação, que deixam tanto corpo como ele tensos.

Além disso, já que o cérebro sabe colocar seus pensamentos em palavras, ficamos remoendo a preocupação e ensaiando mentalmente sua versão motora.
Mas, sem ter com quem desabafar, ou para quem contar, essa atividade cerebral fica só na vontade, e não sai, e assim tem-se uma mente cada vez mais aflita, que tem de fazer força cognitiva para segurar suas palavras.

Por isso colocar tudo para fora é tão bom, assim a programação tão ensaiada é executada e não precisa mais ser segurada; assim o cérebro pode soltar um “Ufa!”, desligar os alarmes e manter o controle.
Amigos, parentes, padres, e às vezes até aquela pessoa ao seu lado na rua também servem quando o que se precisa é uma oportunidade para despejar os sentimentos.

E um estudo da Universidade Harvard mostrou que, tendo opções, entre outras sobre simples fatos, ou sobre si mesmos, os participantes preferiam falar deles próprios.
É, falar de si é bom, mas falar de si para os outros é melhor ainda, não é à toa, portanto, que a liberdade de expressão pessoal é altamente valorizada.
Não se trata apenas de um construto social ou cultural, o prazer de expressar seus próprios pensamentos e estado de espírito é real, mensurável, vem do cérebro, e quando os próprios pensamentos são aflitivos, o desabafo é um alívio.’

Bem, eu vou fazer uma emenda: Pelas mesmas razões, ficar revisitando e remoendo um mesmo problema (aquela noite devastadora e atos abomináveis) meses a fio, ao longo de crônicas e mais crônicas, muitas vezes é preciso, é um lenitivo.

O caráter tem dois componentes: integridade e empatia. – Allen Morrison

domingo, 19 de maio de 2019

UM DESABAFO E UMA REFLEXÃO

Desabafar é bom.
Dividir com os outros o que realmente sentimos é de suma importância para tornar acessível as nossas inquietações.
Nós devemos compartilhar as amplas angústias que nos povoam, mas mais importante do que compartilhar as nossas dores com os outros, é saber quem de fato irá ouvi-las com a bonança do coração e não com o querer dos julgamentos morais.

Quando o assunto é uma dor guardada no fundo do coração, a gente precisa manobrar com cuidado, pois nem todos saberão lidar com os nossos sentimentos com o respeito que eles merecem.
As pessoas podem até ouvir, mas irão julgá-las pelas próprias experiências e não pelo contexto original da história; colocar a sua realidade como parâmetro é quase sempre considerado uma enorme injustiça.

O que os nossos pares têm a dizer sobre as nossas tristezas poder ser único e especial, mas necessita de muita consciência, compreensão.
Existem chagas que somente nós conseguimos mensurar o quanto ainda nos ferem e o quão internamente vastas são.
Então desabafe, nunca deixe de falar e de se abrir, mas saiba com quem dividir as tuas verdades, pois nem todos estão honestamente interessados e merecem ouvir as histórias que teu coração quer, e tem a necessidade, de contar.

Daí li essa frase de um autor anônimo: 'nunca entendi a necessidade de um desabafo até o dia em que precisei falar e ninguém quis escutar’.
Apropriadamente surgiu o Diogo Arrais que escreveu: ‘a falta do desabafo causa asma espiritual’.

Então o Hudson Pessina complementou nos dizendo: 'tão bom desabafar, por para fora o que está preso dentro do peito; descarregar tudo aquilo que te tira o sono faz bem, mas depende de uma coisa, quem é essa pessoa que estará te ouvindo’.
Agora eu acrescento que meu desabafo é sincero porque a dor que sinto é real, causada por atos abomináveis após aquela noite devastadora, então por favor, não diminua meu sofrimento.

Aprenda que falar pode aliviar dores emocionais. – Frase do vídeo Weare Sun Cream