quinta-feira, 21 de julho de 2016

EU ESTOU SEM CRENÇA

Descrente do ser humano.
Não poderia deixar de refletir um pouco a confusão e incertezas que vivemos atualmente.
Quando foi a última vez que, tivemos a ousadia de parar e refletirmos?

Vejo certas posturas bisonhas, assumidas pela humanidade ao longo de sua evolução.
Exemplificando: Julgar, objetificar e rotular pessoas por seu comportamento ou práticas é errado.
Ponto final.
Não há discussão sobre isso.

Essa atitude, ou norma de procedimento, que leva a um determinado comportamento, é a concretização de uma intenção ou propósito.
De acordo com a psicologia as atitudes determinam a vida anímica de cada indivíduo.
Este termo tem particular aplicação no estudo do caráter.

Já na sociologia, atitude consiste em um sistema de valores e crenças, com certa estabilidade no tempo.
Portanto, seria bom se esse tipo de pensamento tivesse sido deixado para trás e não encontrasse mais eco dentro das pessoas.
Entretanto, eu, assim como alguns por aí, sou ‘humano’.
Dessarte, há uma parte das pessoas que são deuses e não sentem algumas coisas como nós, que ainda não atingimos a perfeição.

Este e outros mais questionamentos, me permeam neste instante.
O ser humano me interessa agora mais do que qualquer aspecto.
Pelo fascínio multifacetado da espécie.

O sistema arquetípico sobre o qual eles se constroem.
Aquilo que foi descrito por Carl Gustav Jung, o que está presente no inconsciente coletivo.
São questionamentos que podem, quando verdadeiramente percebidos, rever conceitos.

Contradição de humanos . .
Todas as pessoas estão mentindo.
A capacidade de dissimulação do homem parece não conhecer limites.
Sabemos que aqueles que garantem que não mentem estão mentindo.
Correntes filosóficas já ousam afirmar que a mentira é tão natural quanto respirar e especialistas brasileiros ainda defendem que o comportamento é fruto da insegurança e da ganância.
Porém sem a mentira a convivência parece impossível, já que vivemos em ‘uma sociedade de seres extremamente débeis, onde um pequeno elogio os eleva aos céus, bem como uma pequena crítica os manda para o inferno’, defende o psicólogo Odair J. Comin.

As pessoas costumam submeter os fatos à tortura até que eles confessem a seu favor.
O que descreve muito bem a função deles, de indicar a posição dos seres no tempo e espaço.
Não importa quantas vezes uma mentira for demonstrada, como uma proposição não evidente, sempre haverá uma porcentagem de pessoas que acreditam que é verdade.
O que fica claro é que a maior parte da espécie humana vive sob uma imperatividade cruel e inaceitável.

Senão vejamos: recalque* está para o comportamento humano como virose está para medicina.
*O mecanismo de defesa que, teoricamente, tem por função fazer com que exigências pulsionais, condutas e atitudes, passem do campo da consciência para o do inconsciente, ao entrarem em choque com exigências contrárias, deduzem conclusões equivocadas, baseadas em suposições.
Então fizeram sua primeira vitima: a verdade.
Porque sempre querem mais - aqui designando grandeza, superioridade - isso é da natureza predadora humana.

Farei então da minha própria aversão e desapego pela humanidade um delicioso desdém, um escárnio interno.
Ou melhor, não?
O que devemos fazer de agora em diante, é analisar os fatos que nos são disponíveis com o maior nível crítico possível, sem levar nossas análises para abstrações ou explicações metafísicas.
As idéias quiméricas desvinculadas da realidade.
Deixarmos nosso equilíbrio, nossa linhagem, sobressair sobre a conformidade.

O que conta é ser-se verdadeiro e então aí se inscreve tudo: a humanidade e a simplicidade. - Albert Camus