quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

FICA DIFÍCIL NÃO OLHAR PARA TRÁS, SABENDO QUE VOCÊ ESTÁ LÁ

Um contínuo olhar para trás.
Voltar no passado é diferente de voltar no tempo.
O passado está relacionado com acontecimentos, eventos, mas o tempo não, ele sempre está lá, como um oceano que nos envolve.

Sabe, eu tive uma vida inteira para pensar nas dores que sofri.
Eu nunca quero esquecer, é assim que nos perdemos.

O olhar para trás não é-nos proíbido, é-nos necessário, imperioso até.
Um escritor não foge de suas obstinações, nos ensina Camus.
Elas retornam, continuamente, em suas narrativas.
E, no caso específico da literatura, não seria esta a sua essência?

Bem, esses fragmentos debruçam-se sobre a dor, a perda e a impossibilidade de deixar o passado para trás.
Um exercício de introspecção e auto-análise.

Uma reflexão sóbria e bastante amarga que se poderia definir aqui como a obstinação de não negar o problema, reconhecê-lo e refletir sobre suas causas e consequências.
Sim, vou continuar tentando voltar ao passado em uma crônica futura.

Um olhar para trás vale mais que um olhar para frente. – Arquimedes