sábado, 18 de janeiro de 2020

SOBRE CASAS, PESSOAS E CONHECIMENTOS

Nunca deixe que o lugar de onde você começou decida aonde vai terminar.
Vou dizer algumas coisas que sei e outras que eu gostaria de descobrir.
As pessoas voltam para casa por várias razões, voltam para recordar, voltam porque não tem mais pra onde ir, voltam quando fracassam.
Voltam procurando uma porta que as leve ao passado ou uma estrada para o futuro, voltam por muitas razões.

Então voltei para reencontrar a parte mais dolorosa da minha história.
Na casa em que nunca experimentei o sentimento (leia mais em: ONDE VOCÊ MORA?) de pertencimento.
Foi nela que peguei meus vários porta-retratos tirei as fotos e os joguei fora (poderia tê-los dado, mas fiquei desorientado, não queria colocá-los no chão).

Eu fui subtraído de um ambiente harmonioso para um lugar de desordem.
Para um lugar de tudo e de “nada”, de coisas importantes aparentemente “sem importância”, de coisas intemporais.

Que está associado a lembranças dolorosas, coisas atrozes, ações cruéis.
Como se fora uma voz que nos chama de lugares que é melhor nem serem visitados, um eco de lembranças que nunca morrerão, não importa o quanto tentemos matá-las.

Assim, revisitei inúmeras vezes o meu passado.
As visitas foram inquietantes, e fizeram ressurgir memórias muito profundas.
Daí a importância da memória, nós não podemos esquecer as lições que a história nos vai ensinando.

E não há razão para não haver mais por aí ainda por ser descoberto.
É que essa história não termina aqui, ainda há muito para se contar, adicionando camadas a uma história já bastante longa.

Nunca tentei bloquear as memórias do passado, embora algumas sejam dolorosas. Não entendo as pessoas que se escondem de seu passado. Tudo o que você viveu fez de você a pessoa que você é agora. – Sophia Loren