terça-feira, 5 de julho de 2016

DEIXE O SMARTPHONE "DE LADO" E LEIA ESTA CRÔNICA

Cerca de 75% da comunicação das pessoas é não-verbal.
Se tu estás em um local público, dê uma boa olhada ao seu redor, observe as pessoas, o que elas estão fazendo?
Salvo engano, verás a grande maioria, absorta, olhando seus smartphones.
Eles levam os amigos para “passear” com o Facebook, frequentam “conversas” ininterruptas em mesas de bar nos grupos de WhatsApp, e por aí vai.
E você, quantas vezes hoje checou as notificações do seu celular?

Segundo pesquisa divulgada mês passado pelo ConsumerLab, 83% dos internautas brasileiros usaram recursos de mensagens instantâneas pelo celular em 2015, o índice é bem acima da média mundial de 59%.
Ainda de acordo com o site Slash Gear, são gerados mais de 500 TB de dados a cada 24 horas no Facebook.
Não tenho certeza de que as pessoas precisem de mais notificações na vida.
Há vários motivos para acreditar que necessitem de menos.

Temos experimentado uma variedade e um volume de informações sem precedentes, por várias mídias e múltiplas plataformas.
De forma colateral, este cenário causou efeitos não desejados sobre as pessoas.
Mas isso é mais um reflexo da ”reciclagem” em tempo recorde da internet, tudo dura cada vez menos e exige cada vez mais.

Estamos saturados por uma quantidade gigantesca de conteúdo na TV, no computador, no celular, tudo ao mesmo tempo agora, demandando nossa atenção.
Somos bombardeados por tudo isso.
E como já se tornou algo “natural”, não se percebe o quanto isso é prejudicial.

Esse excesso atrapalha diversas áreas da vida.
Sobrecarregam a mente e trazem prejuízos, como a falta de concentração.
Até a produtividade é comprometida, informa o neuropsicólogo Eduardo Salles Moreira, o que acaba provocando um desgaste intelectual.

Em razão desse excesso absorve-se de forma desenfreada “ideias e valores”, deixando-se de filtrar o que realmente é relevante.
Como lidar então com o excesso de informação?
Por que a grande quantidade de conteúdos consumidos ao longo do dia pode ser tão prejudicial à saúde e à vossa vida?

Estudos apontam que pessoas viciadas em redes sociais, por exemplo, tem maior probabilidade de desenvolver depressão.
Nas crianças os efeitos podem ser mais graves.
Os relacionamentos são afetados, as refeições digeridas com rapidez, dorme-se menos, tem-se problemas na coluna e fica-se estressado.

Mas conheci histórias de pessoas que conseguiram se abster das tecnologias.
Elas não as deixaram para sempre, mas passaram por um período de ‘desintoxicação’.
Tem de se aceitar que não é preciso estar ligado em tudo.

domingo, 3 de julho de 2016

COM O AVANÇO DAS TECNOLOGIAS, AS PESSOAS DEIXARAM A LEITURA DE LIVROS DE LADO

O que será que a internet trouxe de relevante além do Crtl+C e Crtl+V?
Um estudo que resultou na 4ª edição da pesquisa Retratos da Literatura no Brasil por encomenda do Instituto Pró-Livro, revela que 44% da população não lê e 30% nunca comprou um livro.
Essa atitude tende a deixar o vocabulário pobre e compromete a capacidade de interpretar textos.
Em geral, esse é um indivíduo, ou, um sujeito, também no significado daquele que apresenta determinada vulnerabilidade, de formação deficitária.

Estamos migrando para uma forma de comunicação em que o texto deixa de ser o elemento central.
O mundo, na época do nosso grande bardo da literatura, William Shakespeare, era outro, bunda era bunda, e escritores eram confundidos com intelectuais.
Escritores, redatores, jornalistas, que antes eram provedores de informações, estão sendo obrigados a se reinventar.

Uma baita crise.
A saída, para qualquer desses profissionais, é procurar uma saída.
Não que leve ao aeroporto, como disse nosso grande maestro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, ou a outro ramo, mas que seja um caminho inédito de reconquista de espaço.

O hábito da leitura pode beneficiar as pessoas, por meio da leitura os conhecimentos se fixam mais facilmente.
Quando alguém é estimulado a ler desenvolve melhor a sua criatividade e imaginação, além de adquirir cultura e valores.

A escola tem necessariamente que incentivar o desenvolvimento crítico, a capacidade de pensar. – Viviane Mosé, Filósofa