sábado, 21 de dezembro de 2013

PECADO, CIÊNCIA E PSICANÁLISE PARTE III

Sexualidade é um dos instintos mais básicos do ser humano.
Sexo não tem relação com caráter.
Transar muito ou pouco, com diversos parceiros ou só com um, ser celibatário ou ser rodado (a), nada disso interfere em questões morais.

Entender a própria sexualidade é um caminho longo, não é fácil, na verdade é doloroso e difícil, mas vale a pena pela sensação de liberdade que vem depois.
Pode-se começar deixando as culpas e cobranças de lado e também o preconceito, tentando entender como a sociedade foi criada, com papeis definidos e como isso teve influência.
E no que é tido como permitido e proibido, e por quais mudanças a moral passou.

Ainda há um ranço religioso e cultural muito forte entre as pessoas, o que contamina as opiniões e faz com que o uso do corpo soe como algo imoral.
O corpo é lindo, o sexo é parte da vida e a maneira que cada um se relaciona com o seu prazer é única.
Não existe certo ou errado quando tudo que é feito é consensual.

Sexo é construção:
Assim como quando crianças nos mandavam tirar a mão o tempo todo de perto dos nossos órgãos sexuais, assim como a Igreja tentou nos convencer que deveríamos transar só para nos reproduzir, assim como aprendemos desde sempre que devemos "segurar a portinha da felicidade" pra não ficarmos "mal faladas", temos que ressignificar o sexo e o que ele representa pra nós.

Temos de transformar algo sujo, feio e reprovável socialmente em amor, prazer, libertação, alegria.
Pra isso, é necessário romper com padrões culturais.
Muitas vezes, essa quebra choca familiares, parceiros, amigos.
Os riscos são altos demais para alguns.

Ao mesmo tempo somos bombardeados com mensagens sexuais de todos os lados.
Além dos próprios hormônios, vemos o sexo ser usado até pra vender sabão para máquina de lavar roupa.
Amigos começam a contar peripécias sexuais, atrizes gritam alto em filmes pornôs.

De um lado, somos crianças e adolescentes que não podemos pensar, falar, questionar sobre sexo.
Do outro, viramos adultos bem resolvidos, bem comidos, sem grilos de qualquer espécie.
Nessa fase, então, devemos ser verdadeiros sabichões na cama.
E temos que gozar como nos pornôs. - Por Letícia F.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

PECADO, CIÊNCIA E PSICANÁLISE PARTE II

Achar o nu imoral é uma grande ignorância.
Gostar de sexo é normal.
Gostar de sexo com pessoas do mesmo gênero é normal.
Gostar de sexo com pessoas de gênero diferente é normal.
A construção da sexualidade é trabalho muito mais árduo do que investir no modelito da vez.

Melhor montar os alicerces da própria sexualidade.
Isso passa por nos conhecermos, nos tocarmos, nos olharmos nus no espelho por todos os ângulos.
Além da parte prática, é preciso falar mais sinceramente sobre sexo.
Gaiarsa dizia que seria bom que os homens fizessem com suas mulheres o que eles contam no bar.

Frente à sociedade , ou as pessoas não fazem sexo ou fazem o melhor sexo do mundo.
Os membros estão sempre duros, as vaginas sempre molhadas.
Ninguém sente desconforto, vergonha, enfim.
Todos trepam até o amanhecer, sem cansaço ou sono.

É notório que vivemos numa cultura "heteronormativa" onde tudo é feito pra casais heteros, de leis a propagandas.
E mais, na nossa sociedade, a mulher é a guardiã da própria sexualidade, altamente reprimida e escondida.
Ela precisa se fazer de difícil, esconder que tem desejos, fingir até mesmo que não gosta de sexo.

Mas é claro que as mulheres pensam muito em sexo.
A teoria de que mulheres não se interessam tanto quanto homens por sexo é o maior equívoco do mundo.
Não há nenhuma evidência científica que comprove essa diferença.

Existe uma questão ainda mais complicada para os homens.
Nossa sociedade acha que homens precisam estar o tempo todo à disposição, com o pênis ereto e nunca dizer não.
Tudo mentira, homens, assim como mulheres, não precisam ter desejo sexual o tempo inteiro e dizer não é um direito.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

PECADO CIÊNCIA E PSICANÁLISE PARTE I

A obra de Gilberto Freire explica a formação da identidade sexual brasileira.
As pessoas estão loucas para falar sobre sexo.
Muita gente gosta de falar sobre sexo, mas são poucos os que conseguem falar de forma desencanada e firme, sem frescuras e sem apelação.

É o que José Angelo Gaiarça chamou de "hipocrisia social obrigatória":
Todo mundo trepa. Quem não trepa, quer trepar.
O psiquiatra fala sobre "a infinita estupidez humana e sua arte suprema de manter a si mesmo e aos próximos eternamente infelizes".

Respeitar a própria sexualidade é o básico para ser feliz não só sexualmente, mas com você mesmo.
Enquanto fizermos do sexo um departamento separado da sociedade, continuaremos vendo tudo de um jeito torto, levando-nos à infelicidade e à frustação.
Por exemplo, transar com uma ou cem mulheres não evita que ninguém sinta saudade de um cafuné numa tarde chuvosa.

O sexo é uma atividade pra você e não para o outro.
Você não deve fazer sexo pensando em agradar qualquer outra pessoa que não você mesmo.
O prazer só vem quando você está certo de que quer recebê-lo, e livre para recebê-lo.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

NÃO QUERO REVOLUCIONAR A FORMA COMO HOMENS E MULHERES SE RELACIONAM

É aquela questão: Enquanto o segundo existir, a sobrevivência do primeiro estará garantida.
As exceções existem pra mostrar que as regras podem ser quebradas.
São as exceções que abrilhantam essas regras.
Senão vejamos: Um casal em que há uma beleza "pseudopadrão" entre eles extremamente discrepante.

Uma mulher alta, lindíssima e o marido baixinho e careca.
Logo surgem aqueles comentários maldosos tipo: Só pode ser dinheiro.
Afirmo, o homem em questão pode estar tão em paz consigo mesmo, tão em dia com sua autoestima que emana uma alegria e uma segurança contagiante aos que rodeiam sua vida.
E isso, certamente é mais apaixonante do que um "padrão de beleza vazio".

Não ousaria responder a pergunta abaixo (comentei sobre no post RELACIONAMENTO É CONSTRUÇÃO).

Sueli e Fátima de Tapas & Beijos não são bem sucedidas e bem resolvidas como Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda tentavam ser em Sex And The City, por exemplo.
Mas, no fim das contas, muitas dessas mulheres da ficção sempre buscam a mesma coisa: A segurança de um relacionamento apaixonado, confiável e estável.
Seria um reflexo da vida real?
Ou apenas uma visão tradicional e atrasada sobre os principais desejos femininos? - Paloma Guedes