sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A ASNEIRA PARECE TER SE TORNADO ITEM DE CESTA BÁSICA

Conseguimos a proeza de profissionalizar a idiotice (do grego Idiotes, que no latim assumiu o significado de ignorante, pessoa sem instrução).
O que era adjetivo virou substantivo, se espalhou, impregnou, ganhou vida, espaço, seguidores, coisificou, como diria João Guimarães Rosa.
A linguagem de pobreza relinchante migrou do ambiente privado, e pousou no debate público, viralizou, ganhou ressonância, e invadiu as caixas de comentários das redes sociais.
Qualquer um pode espalhar insanidades a plateias não menos desorientadas.

São tempos de inteligência rarefeita.
Até a razão ser recobrada, o estrago está feito, acrescenta ainda Guimarães Rosa.
Mas quando o relincho vira análise de conjuntura, é preciso voltarmos à Guimarães Rosa, quando diz que, para se salvar do estado de loucura da humanidade, sobe em uma palmeira e, de lá, começa a proferir obviedades e frases aleatórias, entre elas a de que 'Cão que ladra não é mudo'.

A informação é essencial.
E quando falo de informação me refiro àquela que foi apurada e tem boa fonte.
Quando não se conhece algo antes de formar uma opinião, as chances de construir uma opinião sem sentido são enormes.
Qualquer forma de expressão sucinta de uma pessoa com um pensamento racional - é quando diz-se de alguém que possui a capacidade de raciocinar.
Já sucinta é uma forma usada para denotar uma pessoa que pensa e faz algo depois de pensar.

Nessa nova era foi cunhado o termo PP, Palpiteiro Profissional, aquele que incorpora o efeito Lula, não sabe de nada, não vê nada, mas mesmo assim da uma ‘googlada’ e emite sua umildi opinião.
Uma pessoa que causa desespero na forma ou maneira em que utiliza as palavras em seus discursos.
De certa forma, alguém cuja língua é maior que a inteligência.

Ao contrário do que muitos pensam, o que difere o jovem de classe menos favorecida dos demais, por incrível que pareça, não é falta de dinheiro.
O que o exclui, o que o marginaliza é o desconhecimento.
Vejam o depoimento abaixo.

'Parece absurdo, mas a maioria dos meus alunos não sabe o que é um teatro.
Aí uma garota filhinha de mamãe me diz: “ah, mas hoje em dia o teatro tá tão barato”.
Ela não entendeu.
Eu não disse que eles não podem pagar, eu disse que eles nem sabem o que é.
Pra que um adolescente vai se deslocar - duas horas de trem, porque trabalho em Campo Grande, zona oeste - até um lugar que ele não conhece pra ver algo que ele sequer sabe pra que serve? - Bruna Mitrano, professora da rede pública do RJ’.

Genocídio cultural: a meu ver, Faustão, Xuxa e Regina Casé são mais nefastos do que Hitler. Regina Casé, a eufemista-mór da República das Bananas. – Marcelo Mirisola

O conteúdo do entretenimento, de modo geral, continua pífio se comparado à informação fornecida pelos livros. – Steven Johnson, escritor.

O que defino como entretenimento raso são os citados e afins.
À medida que isso se torna cada vez mais popular, a informação e a desinformação infelizmente também aumenta.
As exceções de praxe, no caso, apenas reforçam as mediocridades.
Logo, entrar numa queda de braço com o besteirol é pedir para perder.
O jeito, então, é formarmos alunos críticos, que consigam formular opiniões a respeito de Valescas, Anittas, Telós, e então decidir por si se querem ou não continuar consumindo o que lhes é oferecido.

No ranking de educação o Brasil ocupa o 88º lugar.
E mais, o Brasil, a pátria educadora, estipulou 5 metas através do movimento Todos Pela Educação, e 4 não foram cumpridas.
A meta 2, 'Toda Criança Plenamente Alfabetizada Até Os 8 Anos', não foi avaliada, mas o levantamento feito em 2012 tem dados alarmantes, que mostram que o país está bem longe desse objetivo, mostra um relatório.
O documento ainda aponta desafios que o país precisa enfrentar urgentemente.
Os dois últimos slogans do governo federal tinham como mote promover um 'Brasil Para Todos' e uma 'Pátria Educadora'.
Estamos longe disso.

É interessante observar também, que um seminário, mostrou que apenas 20% do desempenho escolar do aluno dependem da escola, o restante vem de sua base familiar e vivência social.
Analisando todas essas variantes, se os governantes quiserem levar a sério a educação, e também o combate à violência, prevenindo a marginalização, terão efetivamente de por em prática suas promessas.
Só quando a educação intelectual e moral for tomada por base poderemos almejar uma sociedade mais sã.

O pouco que aprendi até agora é quase nada em comparaçao ao que não sei. - Renne Descartes

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

VOU ME INSURGIR CONTRA A ESTUPIDEZ E MEDIOCRIDADES GENERALIZADAS

Precisamos chamar Charles Darwin até a sala de imprensa para extirpar ideias estúpidas da consciência pública.
A maioria anda estúpida e babaca demais.
Por definição, pessoas cujas opiniões normalmente vão de encontro às da razão, com o detalhe de estarem sempre errando, tendo uma visão distorcida da realidade e uma boa pitada de arrogância.
E quando digo a maioria, quero dizer os pares, porque parece ser difícil perceber a própria asneira, a própria hipocrisia, ausência de discernimento, grosseria, descortesia, incivilidade e o próprio atraso de opinião.
Estão mais ocupados em se manter no lombo do touro do que em saber para onde ele vai.
Mas vivem dizendo que vão melhorar.

Marcelo O. Dantas, diplomata, fez um diagnóstico da mediocridade que tomou conta do país, disse que ‘Renunciamos ao debate informado e ao pensamento questionador.
Que dialogamos em platitudes, valendo-nos de “fórmulas” pueris e artifícios de marketing’.

Apesar de um 'certo distanciamento' de minha parte das redes sociais, por exemplo, nunca deixei de olhar torto para essas idiossincrasias - termo relacionado com o caráter e traços próprios de uma pessoa ou coletividade - tentando me manter acima de ideias estúpidas.
Ou seja, desprovidas de sensibilidade, grosseiras, por conseguinte, tolices, ou algo que não tem lógica.
Mais exatamente, não é como o contrário à inteligência, mas uma espécie de ausência defeituosa de inteligência, um contraste com ignorância, que é a falta de conhecimento.
Levando em conta que indivíduos inteligentes também podem ter um comportamento estúpido, tornando-se cegos e surdos à evidência contrária.

Em vista disso, as pessoas odeiam o que não compreendem.
A minha vida é pontuada por exemplo, por cobranças e julgamentos.
E apesar de surpreendentemente generosa, é muito bisbilhotada, mesmo procurando fazê-la bastante reservada.

E, no fundo, ou por isso mesmo, digam o que quiserem, que sou irresponsável, dentro de um contexto, ou até reacionário, porém . .

Reacionário no meu caso é reação contra tudo que não presta. – Nelson Rodrigues

. . quando se tem índole, quando se tem caráter, só assim se entende que posso ter no meu currículo a minha retidão - comportamento de uma pessoa que age com integridade, moralmente correta.
É a virtude de seguir, sem desvios, a direção indicada pelo senso de justiça, pela equidade, de estar em conformidade com a razão, com lisura, probidade.

Eu não devo nada a essa gente.
Nunca devi.
Porque na hora de ter que ser homem de caráter, de sensibilidade, na hora de mostrar a índole, eu mostrei.
Os fatos aqui imputados são comprovados e, ademais, incontroversos.

Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana, mas não estou seguro sobre a primeira. - Albert Einstein

domingo, 27 de setembro de 2015

PARA RESPEITAR A OPINIÃO ALHEIA, VOCÊ NÃO PRECISA ABRIR MÃO DA SUA

Você não deveria precisar que ninguém cobre para que você faça aquilo que acredita ser certo.
Creio que frequentemente devo ser xingado, apenas por defender minha posição.
Mas se é para defender uma posição, que seja até as últimas consequências.
Posto que, minhas opiniões podem até, quem sabe, não serem verdadeiras, mas são indiscutíveis, já que tenho direito a elas, as quais merecem ser tratadas com o mesmo respeito com que trato as opiniões alheias.

Outrossim o autoconhecimento é valioso, se você consegue observar e aceitar a forma como as outras pessoas te veem, será capaz de operar e conviver melhor com elas.
Deveras quanto mais a gente se informa, mais desconstrói o que nos foi imposto e alicerça quem somos, e mais felizes poderemos ser.
Daí então podemos fazer nossas próprias escolhas, de acordo com nossos desejos.

Valendo-me disso, vou me apropriar do momento e ratificar que gosto de espalhar a verdade sobre todas as coisas, ainda que sejam as minhas próprias verdades.
Eu não ajo pelo simples fato de agir, mas porque sinto necessidade de agir.
Acredito que a maior parte do mundo deve ser também interagida, e não somente observada, portanto, quando interajo, faço com mais significado.

Destarte vou ser pragmático.
Ser pragmático é fugir do improviso, é ser prático, ser realista, que considera o valor prático como critério da verdade.

Por conseguinte lembro do padre Antonio Vieira, escritor, considerado um excelente orador, quando declarou que para proferir um bom discurso de improviso, necessitava de semanas para prepará-lo.
Assim como precisou de anos para ser capaz de elaborá-los.
Porque improvisar, não tem nada a ver com fazer qualquer coisa de qualquer maneira, fingir que sabe o que não sabe, enrolar, ou enganar.
Improvisar exige um vasto repertório.

Todavia ninguém precisaria improvisar se o mundo e os cenários fossem ideais.
Se as regras funcionassem para todos os casos.
Mas a vida real se parece quase nada com 'esse cenário de ficção'.