sábado, 24 de outubro de 2015

DESAPRENDERAM A ARTE DE PENSAR, TROCARAM POR INTERMINÁVEIS HORAS NA FRENTE DA INTERNET




Finalmente conseguiram chegar à era de ouro da imbecilização coletiva.
A imensa massa de idiotas está totalmente desenganada com os benefícios que a aquisição de cultura pode trazer.
Reitero, do grego Idiotes, que no latim assumiu o significado de ignorante, pessoa sem instrução. Porém houve uma época refinada em que pessoas possuíam correspondência, ou seja, relação lógica, de similitude, definido também como entendimento, equilíbrio.
Na falta da tecnologia, eram a ferramenta de si mesmos.

Tempos em que quem tivesse a necessidade de se comunicar, se expressar, de fato, não tinha opção diferente de conformidade, ou seja, qualidade de estar de acordo com algo, concordância.
Tanto podia ser o grande Bruxo da literatura, Machado de Assis, como um falso mago que vende milhões de livros e diz que pode fazer chover, desde que fosse coerente.
Por definição: que tem nexo, nas três reações: pensar, sentir, agir, e em que se constata a existência de elementos conectados corretamente, que é razoável, lógico ou compreensível.
Para a linguística, a coerência textual é o estado de um texto em que os seus componentes atuam em conjuntos solidários, isto quer dizer que é possível encontrar um significado, as palavras, as frases têm coerência para criar um sentido.
Hoje, devido aos “avanços” tecnológicos, acontece paradoxalmente o efeito oposto.

O problema é que a rede que educa é a mesma que deseduca.
De alguns anos para cá, desaprenderam quase tudo.
Para ser conciso, posso dizer que jogaram na lata do lixo a cultura, uma palavra muito ampla que pode comportar muitos significados.
E é de bom tom fazer sempre as melhores escolhas a partir daquilo que se aprendeu.
Em vista disso, o desafio não é apenas colher e “produzir” na velocidade da rede, mas digerir, contextualizar, organizar e filtrar, parar e pensar portanto.

Transcrevo o que Luiz Costa Pereira Júnior, escreveu no editorial da revista Língua Portuguesa.
Ele diz: pensar exige parar e mudar de plano.
Só que a "lógica" governante da internet de pensar, sem edição* mas com muita divulgação, está por toda a parte.
*Um dos significados é: crítica - aquela em que se procura estabelecer o texto coerente de alguma coisa.

Temos como exemplo a própria Wikipédia que avisa: esta página não cita fontes confiáveis, o que compromete sua credibilidade.
Portanto irei usar um aparato ortográfico.
Ante a necessidade de impor sentidos, o intelecto enceta o processo de conhecimento.
Deveras, ler e escrever me torna autossuficiente, na definição de apto, capaz, que se basta a si próprio.
Gosto de ler ficção, romances, contos, poesias, entrevistas, reportagens, biografias, cartas e por aí vai.

- Não é crime ter pouca experiência, ruim é ser ignorante, babaca, etc.

A ignorância dócil é desculpável, a presumida e refractária é desprezível e intolerável. - Marquês Maricá

terça-feira, 20 de outubro de 2015

ESTAMOS CHEGANDO AO ESTÁGIO FINAL DESSE PROCESSO TRUCULENTO CHAMADO CIVILIZAÇÃO?

Chegamos ao fundo do poço?
A humanidade é uma esperança perdida. - Tennessee Williams

Já abordei o tema, porém vale acrescentar mais variáveis.
Dados que são considerados necessários para analisar uma situação, que nos permitam estabelecer uma relação com a conjuntura que se apresenta.
Porque se nos basearmos apenas e tão somente nos parâmetros habituais, será impossível compreender uma situação.

- A única coisa que talvez possa redimir, um pouco, o fracasso da experiência humana sobre a face da terra, é a culpa.

Pois bem, um “relógio fictício” foi criado há 70 anos para medir quão próxima a humanidade está de sua extinção pelos cientistas do Bulletin Of Atomic Scientists.
E como já falei, a NASA também prevê o colapso da humanidade.
O Alto Comissário Das Nações Unidas afirmou que o mundo está perdendo capacidades para prevenir conflitos.
Um mundo onde não há mais direção eficaz, um mundo onde os conflitos se multiplicam, o que tem consequências dramáticas em termos humanos.

Dai é oportuno lembrar o diálogo reflexivo entre homem e máquina no filme O Exterminador Do Futuro 2, O Julgamento Final.
Que, em todo o seu enredo, procura fazer com que as pessoas entendam o valor da vida humana.
John Connor: Não sobreviveremos, não é? Quero dizer, as pessoas.
Terminator: É da natureza de vocês se destruírem.

Após cobrir guerras e massacres, Sebastião Salgado, no documentário Sal Da Terra, chega à conclusão de que o ser humano é o mais violento dos animais.
A guerra já foi considerada a atividade mais nobre do homem.
O documentário faz lembrar o quão perigosamente humanos somos.
Reitero, Quentin Tarantino nos mostrou o quão baixo pode chegar o ser humano no tratamento ao seu semelhante.
E insisto, é a única espécie que trabalha para exterminar seu semelhante.

A humanidade tem de acabar com a guerra antes que a guerra acabe com a humanidade. - John Fitzgerald Kennedy

Analdo Bloch, naquilo onde ele nos chama de ‘Quem Se Crê No Topo Da Evolução’, questiona se a espécie é, simplesmente, viável, ou não.
Vindo à tona a questão dos primatas, cujo genoma é cerca de 96% semelhante ao nosso.
Pode representar muito, senão vejamos: embora especialistas afirmem que 1% dos genes pareça pouco, para os geneticistas, é uma cifra muito importante, assegurou Nicholas Christakis, professor de Sociologia, Biologia, Evolução e Medicina da Universidade de Yale.

O sucesso Planeta Dos Macacos: O Confronto, deixa os humanos em terceiro plano, dedicando boa parte do tempo a personagens que se comunicam com gestos ou imitações de nossa fala.
É explorado o momento decisivo para os macacos, aquele instante que a paz e a coexistência poderia ser uma realidade, mas que pode não funcionar.
Por isso, estão contando uma história sobre o início de uma nova civilização.

No filme Os Vingadores, Ultron é um vilão que busca a paz mundial, o único detalhe é que ele pretende alcançar isso exterminando os maiores responsáveis pelas desgraças do mundo, os homens.
Também o clássico O Dia Em Que A Terra Parou, mostra alienígenas que nos alertam sobre o perigo de viver em contínuo estado de guerra e ameaçam nos destruir se não resolvermos nossas diferenças.
E em Inimigo Meu, nunca um ser do espaço foi tão 'humano'.
A história de amizade e superação das raças nos ensina uma bonita lição de civilidade.

Já Blade Runner levanta questões importantes.
Ao longo do filme os replicantes parecem se tornar cada vez mais humanos, enquanto estes, que os caçam, parecem cada vez mais desumanos.
O filme tem como proposta visionária, a sociedade humana que advirá nas próximas décadas.
Ele emerge o ser humano dilacerado em sua individualidade, em seus valores essenciais e, em última análise, na sua razão existencial e o fim para o qual ele mesmo busca.

A ironia reside no fato de que os replicantes, tão "humanos" quanto o próprio homem tem os mesmos dilemas daqueles que os criaram.
O filme é de fato instigador, de uma profunda reflexão acerca dos rumos que a humanidade vêm tomando, na medida em que é flagrante a dessintonia entre valores morais, éticos e fraternais com a nefasta conduta alicerçada na sociedade vigente.
As discussões da obra são referência até hoje para os longas que abordam o tal premonitório embate.

E ainda há bastante tempo para outras tramas instigantes, importantes e inspiradoras, para alcançarmos um estágio de amplitude, representando, uma alteração progressiva de um ser ou de um sistema em direção a um estado final, e indicando que pressupõe um estado inicial e final, onde existe a noção de superação.
Ficção? Tecnologia?
Não, melhor repetir as perguntas: A humanidade é alguma experiência ou acaso que deu errado? A humanidade chegou ao seu ponto mais baixo, ou nunca saiu dele?

O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação. - Oscar Wilde

- É, mundo, é preciso evoluir, e rápido.