quinta-feira, 10 de setembro de 2015

50 TONS DE: QUE DIABOS EU ESTAVA FAZENDO?

Sou 100% passional.
Meu espírito destemido e combativo para o amor me rendeu críticas duras.
E também esse adjetivo, que significa emoções amorosas fora do controle, irracional, desprovido de razão ou lógica.
De forte desejo ou de carinho profundo.
Um sentimento de amor ardente e intenso, que mobilizam a pessoa impondo-se à sua vontade e à sua razão, a qual age movida por isso, pela falta de controle emocional.

Como me tornei passional, esquecendo a razão?
Como se o ditado "tem que ser difícil para valer a pena", fosse uma verdade.
Porque dei chance para algo ruim entrar na minha vida?

Toda relação (seja do tipo que for) humana de respeito, implica a necessidade de imaginar o que pode magoar gratuitamente o outro.
Amor (seja do tipo que for) gera amor e respeito gera respeito.
Nunca vi nada tão nefasto como a forma que elA tratava levianamente coisas de ponderação, como meus sentimentos.
Os sentimentos que se tem após algo assim são difíceis de se lembrar com tranquilidade.
Se busco na memória, surgem vários exemplos dolorosos.
Que foram capazes de causar uma gama de sensações misturadas, na verdade, uma montanha-russa de sentimentos diferentes.

Uma exaustão sentimental.
Com a minha saúde emocional corroída - reação psíquica geralmente causada por uma confusão de sentimentos, que se tem diante de algum fato, situação.
Atordoado pelo desânimo, fustigado por muitas dificuldades e perseguido pelo fascínio - admiração que se torna constante e irracional. Que aparece em desacordo com o consciente, mas que persiste e muitas vezes torna-se um ato de obsessão.
A obsessão é um distúrbio psíquico produzido por uma idéia fixa, que assalta a mente com persistência teimosa, e passa-se também a se ver como uma pessoa desimportante, ficando com a confiança abalada.

Neste cenário, na tentativa de me automedicar, para reduzir a dor emocional que estava sofrendo, queria que elA fosse uma espécie de “oásis”.
Pois como lidar com sentimentos de solidão e desespero?
Bem, há grupos de autoajuda, como o Dependentes De Amor.
Sim, porque carregar certos traumas pode ter um peso maior do que se consegue suportar.
Então melhor criar um cachorro, um gato ou até um pônei maldito, mas não criar expectativas.

Às vezes a gente se sente como se estivesse no céu, mas no decorrer do tempo certas coisas nos fazem suspeitar que, na verdade, estamos vivendo um inferno na Terra.
O que fiz foi me deixar ficar completamente vulnerável.
Me declarei, joguei meu sentimento como uma bomba H e esperei o estrago ou a beleza de uma rosa radioativa.
O que ficou foi a sensação de ter sido enganado, era algo que fugia em grande parte da sensação otimista que desenvolvi.
Então me dei conta do estrago que elA havia me causado.

É sempre bom lembrar que o mais importante não é ter alguém ao lado, é ser sincero com a gente mesmo.
Se ter alguém ao nosso lado significa perder nossa individualidade, dignidade e força de vontade, com certeza a relação pode ser maléfica.
Ficamos completamente reféns da outra pessoa, e não realizamos nada por nós mesmos.

Minhas emoções me levaram a acreditar que se eu precisava de uma mulher que, na realidade ficaria melhor sem, era preciso dar um passo para trás e decidir se a vida seria melhor ou pior com ela.
Bati com o nariz naquela porta, mas ao dar marcha a ré encontrei outra entrada mais interessante.
Respirei fundo e cometi uma ousadia, ou melhor, mais que uma ousadia.
Dizer que é uma ousadia não faz justiça ao meu ato.
Enfrentei com altivez.

Reservei um dia para juntar todas as coisas que me faziam evocar dela, e me livrar daquilo tudo de uma vez.
Tais como locais que costumava vê-la, e só aparecer depois de superado e pronto para criar novas memórias do lugar.
Semelhante a observar, do cais, um barco naufragar.
Depois de tudo, só ficam espumas brancas e a imensidão azul.