sábado, 8 de dezembro de 2018

‘APRESENTO A VOCÊS, A MÃE ABUSIVA’

Mães abusivas, filhos infelizes, uma história real.
Ninguém quer falar sobre mães abusivas, ou melhor, pouquíssimas pessoas, Richelle Castro é uma delas.

‘Relacionamentos abusivos familiares são ainda mais tabu que relacionamentos amorosos.
Os filhos têm tratamentos diferentes, existe o “filho dourado” e o “filho bode expiatório”, onde essa mãe abusiva emocional desconta toda suas frustrações e impõe sua moral questionável.

O “filho “bode expiatório” geralmente é o mais sensível, o mais sincero ou simplesmente o mais vulnerável.
O filho “ovelha-negra-da-família” crescerá ouvindo comparações ao “filho de ouro”.

A mãe abusiva não tem empatia, ela não respeita limites, privacidade para o filho expiatório é inexistente.
Ela transfere culpa, mesmo fazendo toda a cagada sozinha, ela é incapaz de enxergar as próprias falhas.

Ela faz drama e chantagem do tipo “quando eu morrer, você vai se arrepender”.
O ideal é se afastar dessa mãe se preciso e procurar terapia, pois as cicatrizes tendem a permanecer.’

Bem, a sociedade está em total negação para o fato de que as mulheres nem sempre são vítimas, afinal, foram condicionados a acreditar que a maioria das pessoas que comete abusos são homens, mas isso não é verdade, vide as atitudes abomináveis dessa senhora aqui em SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Eu era o bode expiatório da minha mãe, depois, transformei-me na ovelha negra da minha família. Eventualmente, percebi que o problema não era o tipo de cabra ou ovelha que eu era, mas realmente a doença do rebanho em si. – Elsa Morais

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

‘MÃES DIFÍCEIS (OU TÓXICAS): AMÁ-LAS OU DEIXÁ-LAS’

‘Num mundo ideal a nossa mãe é a nossa amiga, e quando não vivemos nesse mundo e a mãe é tudo menos uma aliada?’
As palavras são da escritora Catarina Fonseca, jornalista, com mestrado em Literatura inglesa pela universidade de Coimbra, ela escreveu inteligentemente a seguinte matéria publicada na revista Activa.

‘Quando disse que ia fazer um artigo sobre mães difíceis, levantaram-se quase todas as mãos.
Claro que, se formos ver bem as coisas, mães difíceis são todas, e há maus momentos entre todas as mães e filhas.
Ou seja, há mães esporadicamente difíceis (todas), e depois há as mães consistentemente difíceis.

A psicóloga Terri Apter afirma: Uma mãe difícil é mais do que uma pessoa com quem temos problemas de vez em quando.
Há várias formas de ser difícil: Incapacidade de dar o braço a torcer (não se mostra disposta a mudar para melhorar a relação com a filha), incapacidade de perceber a vida da filha, anulação de fronteiras e desrespeito pelo espaço.
Uma mãe realmente difícil põe a filha perante um grave dilema.
Ou desenvolve mecanismos complexos e autocastradores para manter a relação com a mãe, com grandes custos para a filha em termos de autoestima, relação e valores, ou arrisca-se a sofrer humilhações, desaprovação e rejeição.
A mãe difícil impõe este dilema constantemente, conclui Terri.

Pode passar bastante tempo até se perceber que se está a lidar com algo mais que uma Mãe Difícil.
Há muitas, mas mesmo muitas mães que parecem ter feito da arte de ser uma má mãe uma missão para a vida, as histórias verdadeiras são as mais variadas, das mais inócuas às mais cruéis.

A escritora Margarida Vieitez nos esclarece: O nível de toxicidade nas relações mãe-filha atinge o seu exponencial na geração de 40/50 anos, com mães entre 60 e 80 anos.
Muito provavelmente, isso explica-se pela profunda mudança de mentalidades entre estas gerações, nomeadamente em termos de relações, acrescenta.

E como se gere uma relação difícil, conflituosa ou castradora?
Como é que se convive com isto?
Nunca é tarde para ter uma nova atitude, para pôr os pontos nos “is” e para nos fazermos respeitar, é difícil fazê-las mudar, mas elas mudam, diz a escritora.

E quando não mudam?
A terapeuta familiar Karyl McBride sugere uma medida de emergência, a separação total.
Se você tentou tudo e mesmo assim aquela relação compromete inequivocamente o seu bem-estar, esta pode ser a única opção, mas é raro haver quem a tome, até porque é uma opção socialmente muito malvista e condenada, conclui ela.’

Vem a propósito lembrar que tudo aqui pode ser aplicado também aos filhos, vide eu e as atitudes abomináveis dessa senhora aqui (saiba mais em SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Onde há raiva, sempre há dor por baixo. – Eckhart Tolle

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

‘MÃE TÓXICA, O ASSUNTO QUE AINDA É TABU’

A verdade por trás da imagem de mãe sagrada.
Voltando ao que interessa, hoje quero compartilhar a respeito da seguinte matéria que Sheila Leirner, escritora e jornalista, que estudou cinema, sociologia e urbanismo, escreveu e o jornal O Estado de S. Paulo publicou.

‘Todas as mães têm defeitos, umas mais, outras menos.
Porém, quando as imperfeições tornam-se destrutivas, podemos defini-las como tóxicas mesmo que assumam formas diferentes.
Em algumas, a toxicidade é óbvia, em outras é tão sutil que seus familiares quase não percebem.

Essas mães geralmente adotam comportamentos desagradáveis, são dominadoras, controladoras e manipuladoras.
O fato é que todas vivem sob suas próprias regras, sem se colocar de fato no lugar dos filhos, e o sofrimento que provocam é algo de que raramente se fala.

Mãe tóxica é tabu, porque na nossa civilização e cultura, a figura materna ainda é “sagrada”.
Sim, porque mãe tóxica, apesar de ter se tornado expressão popular, ainda é tabu, a figura materna é sagrada em qualquer cultura e civilização do planeta.

E essa semana uma amiga que se encontra hospitalizada me ligou dizendo que descobriu, apenas na maturidade e em ‘estado de suspensão psíquica’, que a sua mãe jamais lhe deu uma alegria na vida, que forçou a memória para encontrar algum momento de felicidade e nada.
Queixas, cobranças, chantagens, más notícias, ressentimentos, tudo isto ela foi obrigada a ouvir durante a sua existência.
Se houve alguma coisa positiva, deve ter perdido a sua importância, foi esquecida diante de tanta “tragédia”.

No momento fiquei sem resposta, e de todo modo não achei que era hora de lhe dar a explicação, a partir da reportagem que eu havia assistido em horário nobre na televisão francesa e que foi de grande esclarecimento público.
Vi, por exemplo, que a expressão mãe tóxica hoje, felizmente, ficou popular, entrou no vocabulário científico (de psiquiatria, psicologia, sociologia, etc.).
À medida que uma expressão entra em vigor, ela se torna consciente e quando envolve percepção e raciocínio, este é o primeiro passo para que todos se armem e defendam.

Não tinha ainda como explicar que todas as mães tóxicas jamais se enganam ou reconhecem erros, são sempre “vítimas queixosas, incompreendidas e maltratadas”.
Lembrei imediatamente de François Roustang, psicanalista e filósofo, ele dizia que: O melhor presente que uma mãe pode dar aos seus filhos é estar bem.
Ora, a mãe da minha amiga, lhe dava somente presentes envenenados, no fundo, cruel como é, pensa como é típico de mães nocivas, que os filhos são responsáveis por sua infelicidade.

Por isso, amanhã, quando eu falar de novo com ela, que é inteligente e sensível, certamente lhe direi: Querida, já que você está no hospital para se curar e descobriu que, além de tudo, está intoxicada por alguém que jamais lhe deu alguma alegria na vida, aproveite para fazer a cura total.
Invente um cemitério virtual e cometa um ASSASSINATO (HIGIENICAMENTE) SIMBÓLICO!
Mesmo que a sua mãe tenha lhe dado a vida, mate essa pessoa tóxica dentro de você.’

Precisamos desconstruir a imagem de mãe sagrada, eu faço isso por causa das atitudes abomináveis dessa senhora aqui (saiba mais em SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Aos vivos, devemos respeito, mas aos mortos, devemos apenas a verdade. – Voltaire

domingo, 2 de dezembro de 2018

DUAS FILHAS E O ABUSO PSICOLÓGICO

‘Tentei, muitas vezes, enxergar que ela age assim pelo meu bem, mas nunca consegui’.
Esse é um relato de uma mulher (ela prefere não se identificar), de 30 anos, publicado no site de Michele Engelke.

‘Apesar de saber sempre que a forma com que a minha mãe tratava a minha irmã e eu não era certa, nunca associei o seu comportamento à palavra abuso.
Como a maioria das pessoas, eu acreditava que abuso era somente de natureza física, portanto, “abuso” não era uma palavra que eu usasse para dar um significado concreto ao meu sofrimento.

O abuso psicológico não é tão óbvio, pois ocorre de maneira insidiosa, ele nos engana de tal maneira, que ainda acreditamos no ditado “paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras não me machucam”.
Mas não se permita ser enganada pelas aparências, só porque você não carrega marcas visíveis do seu sofrimento não significa que não exista.
O abuso psicológico ataca você de fora para dentro, fazendo se sentir oca. É como ser atacada por um vírus de alta mortalidade.

Provavelmente nunca irei me recuperar por completo da crueldade da minha mãe.
Cada vez que ela conscientemente ignorava meus sentimentos, era uma lição sobre como me desumanizar.
Quando uma mãe despreza o filho, ela rompe o que poderia ter se tornado uma inclinação natural e sadia deste filho de amar e aceitar a si mesmo.
Em vez de me fazer sentir-me respeitada e valorizada, a minha mãe destruiu parte da minha alma.

Às vezes eu penso que seria melhor se ela tivesse me agredido com suas próprias mãos. Isso não quer dizer que eu subestime o sofrimento das vítimas de abuso físico.
Eu tenho certeza de que as cicatrizes deste tipo de abuso são mais profundas do que os limites da pele das vítimas.
Ser ferida fisicamente por alguém que, universalmente, supõe-se que a ame e a proteja, como um pai ou uma mãe, é a maior das traições.

Confie nos seus sentimentos, se você tem um relacionamento com alguém que a faça sentir pequena, inadequada, indigna, rejeitada, insegura, triste, irritada, e incapaz de ser amada, esta pessoa está abusando de você psicologicamente.
O momento em que você aceitar essa verdade marcará o seu renascimento.
É praticamente impossível erradicar 100% do efeito do abuso psicológico apenas com o reconhecimento desta verdade, mas você definitivamente se sentirá muito melhor depois de ter retirado esse peso das suas costas.
A culpa não é sua, está na hora de você se libertar de um fardo que não é seu’.

Sobre o mesmo tema, Freya L. Grayson deixou uma resposta, um detalhe que complementa e define um acontecimento.
'Parecem trechos da minha história, ainda bem que ambas superamos.
Pessoas só podem oferecer o que tem, e se nossas mães nos deram isso, que somos suas próprias filhas, as quais costuma-se dar o melhor, imagina o que não tem dentro delas?'

E ainda que para outra pessoa, e mesmo não se dirigindo a mulher desse relato, o resultado é que somos todos vítimas das circustâncias adversas; indicação comprovativa que determina o real significado de um fato (vide as atitudes abomináveis dessa senhora aqui em SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Encontre um lugar interior onde haja alegria, porque a alegria apagará a tua dor. – Joseph Campbell