sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

‘MÃES DIFÍCEIS (OU TÓXICAS): AMÁ-LAS OU DEIXÁ-LAS’

‘Num mundo ideal a nossa mãe é a nossa amiga, e quando não vivemos nesse mundo e a mãe é tudo menos uma aliada?’
As palavras são da escritora Catarina Fonseca, jornalista, com mestrado em Literatura inglesa pela universidade de Coimbra, ela escreveu inteligentemente a seguinte matéria publicada na revista Activa.

‘Quando disse que ia fazer um artigo sobre mães difíceis, levantaram-se quase todas as mãos.
Claro que, se formos ver bem as coisas, mães difíceis são todas, e há maus momentos entre todas as mães e filhas.
Ou seja, há mães esporadicamente difíceis (todas), e depois há as mães consistentemente difíceis.

A psicóloga Terri Apter afirma: Uma mãe difícil é mais do que uma pessoa com quem temos problemas de vez em quando.
Há várias formas de ser difícil: Incapacidade de dar o braço a torcer (não se mostra disposta a mudar para melhorar a relação com a filha), incapacidade de perceber a vida da filha, anulação de fronteiras e desrespeito pelo espaço.
Uma mãe realmente difícil põe a filha perante um grave dilema.
Ou desenvolve mecanismos complexos e autocastradores para manter a relação com a mãe, com grandes custos para a filha em termos de autoestima, relação e valores, ou arrisca-se a sofrer humilhações, desaprovação e rejeição.
A mãe difícil impõe este dilema constantemente, conclui Terri.

Pode passar bastante tempo até se perceber que se está a lidar com algo mais que uma Mãe Difícil.
Há muitas, mas mesmo muitas mães que parecem ter feito da arte de ser uma má mãe uma missão para a vida, as histórias verdadeiras são as mais variadas, das mais inócuas às mais cruéis.

A escritora Margarida Vieitez nos esclarece: O nível de toxicidade nas relações mãe-filha atinge o seu exponencial na geração de 40/50 anos, com mães entre 60 e 80 anos.
Muito provavelmente, isso explica-se pela profunda mudança de mentalidades entre estas gerações, nomeadamente em termos de relações, acrescenta.

E como se gere uma relação difícil, conflituosa ou castradora?
Como é que se convive com isto?
Nunca é tarde para ter uma nova atitude, para pôr os pontos nos “is” e para nos fazermos respeitar, é difícil fazê-las mudar, mas elas mudam, diz a escritora.

E quando não mudam?
A terapeuta familiar Karyl McBride sugere uma medida de emergência, a separação total.
Se você tentou tudo e mesmo assim aquela relação compromete inequivocamente o seu bem-estar, esta pode ser a única opção, mas é raro haver quem a tome, até porque é uma opção socialmente muito malvista e condenada, conclui ela.’

Vem a propósito lembrar que tudo aqui pode ser aplicado também aos filhos, vide eu e as atitudes abomináveis dessa senhora aqui (saiba mais em SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Onde há raiva, sempre há dor por baixo. – Eckhart Tolle

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