terça-feira, 4 de dezembro de 2018

‘MÃE TÓXICA, O ASSUNTO QUE AINDA É TABU’

A verdade por trás da imagem de mãe sagrada.
Voltando ao que interessa, hoje quero compartilhar a respeito da seguinte matéria que Sheila Leirner, escritora e jornalista, que estudou cinema, sociologia e urbanismo, escreveu e o jornal O Estado de S. Paulo publicou.

‘Todas as mães têm defeitos, umas mais, outras menos.
Porém, quando as imperfeições tornam-se destrutivas, podemos defini-las como tóxicas mesmo que assumam formas diferentes.
Em algumas, a toxicidade é óbvia, em outras é tão sutil que seus familiares quase não percebem.

Essas mães geralmente adotam comportamentos desagradáveis, são dominadoras, controladoras e manipuladoras.
O fato é que todas vivem sob suas próprias regras, sem se colocar de fato no lugar dos filhos, e o sofrimento que provocam é algo de que raramente se fala.

Mãe tóxica é tabu, porque na nossa civilização e cultura, a figura materna ainda é “sagrada”.
Sim, porque mãe tóxica, apesar de ter se tornado expressão popular, ainda é tabu, a figura materna é sagrada em qualquer cultura e civilização do planeta.

E essa semana uma amiga que se encontra hospitalizada me ligou dizendo que descobriu, apenas na maturidade e em ‘estado de suspensão psíquica’, que a sua mãe jamais lhe deu uma alegria na vida, que forçou a memória para encontrar algum momento de felicidade e nada.
Queixas, cobranças, chantagens, más notícias, ressentimentos, tudo isto ela foi obrigada a ouvir durante a sua existência.
Se houve alguma coisa positiva, deve ter perdido a sua importância, foi esquecida diante de tanta “tragédia”.

No momento fiquei sem resposta, e de todo modo não achei que era hora de lhe dar a explicação, a partir da reportagem que eu havia assistido em horário nobre na televisão francesa e que foi de grande esclarecimento público.
Vi, por exemplo, que a expressão mãe tóxica hoje, felizmente, ficou popular, entrou no vocabulário científico (de psiquiatria, psicologia, sociologia, etc.).
À medida que uma expressão entra em vigor, ela se torna consciente e quando envolve percepção e raciocínio, este é o primeiro passo para que todos se armem e defendam.

Não tinha ainda como explicar que todas as mães tóxicas jamais se enganam ou reconhecem erros, são sempre “vítimas queixosas, incompreendidas e maltratadas”.
Lembrei imediatamente de François Roustang, psicanalista e filósofo, ele dizia que: O melhor presente que uma mãe pode dar aos seus filhos é estar bem.
Ora, a mãe da minha amiga, lhe dava somente presentes envenenados, no fundo, cruel como é, pensa como é típico de mães nocivas, que os filhos são responsáveis por sua infelicidade.

Por isso, amanhã, quando eu falar de novo com ela, que é inteligente e sensível, certamente lhe direi: Querida, já que você está no hospital para se curar e descobriu que, além de tudo, está intoxicada por alguém que jamais lhe deu alguma alegria na vida, aproveite para fazer a cura total.
Invente um cemitério virtual e cometa um ASSASSINATO (HIGIENICAMENTE) SIMBÓLICO!
Mesmo que a sua mãe tenha lhe dado a vida, mate essa pessoa tóxica dentro de você.’

Precisamos desconstruir a imagem de mãe sagrada, eu faço isso por causa das atitudes abomináveis dessa senhora aqui (saiba mais em SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Aos vivos, devemos respeito, mas aos mortos, devemos apenas a verdade. – Voltaire

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