domingo, 23 de agosto de 2015

EU SOU MUITO MAIS QUE MINHA COR


Eu tenho preceitos diferentes.

Com um pouquinho de sangue de outra etnia se coloca muita teoria imbecil por terra.
O conceito de raça está extinto em todos os círculos científicos.
O que diferencia geneticamente um Norueguês de um Zulu é insignificante.
E o maior paradoxo é que o termo raça é usado nos movimentos contra o racismo.
A palavra raça deveria ser proscrita de todos os vocabulários.
É com seu uso que começa o racismo, enquanto ela for usada, estará alimentando o equívoco e o ódio entre os pares.

Há uma particularidade que me faz adorar ter nascido aqui.
A vantagem de ser mestiço, independentemente da cor da minha pele e das minhas ascendências.
Essa mistura, a impureza racial, o almanaque de tradições e narrativas, a recusa em aceitar as desigualdades, são o que fazem eu gostar de ser Brasileiro.
Pois ao sabor da situação, escolho a minha cor.
Inclusive gostar de ser um branco com alma de preto.

A categoria "negro" não existe oficialmente no Brasil nem para o IBGE.
Utiliza-se branco, preto, amarelo, pardo e indígena.
"Negro" é a junção de pessoas que se declaram pretas com as que se declaram pardas.
Podemos concluir então que os pardos são os brasileiros misturados que se originaram da miscigenação entre brancos e pretos.
Então porque "negros", já que têm ascendentes dos dois grupos?

O sistema classificatório multirracial no Brasil confunde Sociólogos e Antropólogos.
Um grande problema dos teóricos racialistas é que ninguém quer ser pardo, todos querem ser morenos.
Voltando pois a genética, classificar uma pessoa loura de olhos azuis e pele clara como preta é a coisa mais óbvia e inteligível do mundo.

E como todos já devem saber, o racismo não existe no Brasil, apesar de ilusórias estatísticas insistirem em mostrar o contrário, claro, porque o racismo é uma ficção.
Qual é o grande problema em comparar negros com primatas num país onde negros eram considerados assim até pouco tempo atrás?
O que são quase 400 anos de escravidão presentes na memória de um povo que passou séculos acorrentado?
Nada.

Brasil, esse país sem preconceito, sem racismo, em que todo mundo se ama, onde existe uma hierarquia clara.
No topo está o homem branco, se ele for hétero e rico, então, será o dono do mundo.
Ampara-se em uma ideologia prevalecente que transforma o branco em ideal a ser alcançado em sociedade; quanto mais branco, melhor.
No caso brasileiro, acresce-se à cor, a classe social (dinheiro) do indivíduo para a formação de uma espécie de hierarquia de preconceitos.

O racismo brasileiro dissimulado, não assumido, está por todas as partes, entranhado.
Em 2003, uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo apontou que 87% dos Brasileiros afirmavam haver racismo no Brasil, mas apenas 4% admitiam que pudessem ser racistas.
A pesquisa apontava que o Brasil era um país racista sem racistas.
A partir destes dados um grupo de cerca de 40 organizações da sociedade civil decidiu lançar uma campanha na mídia.
O objetivo foi fazer com que as pessoas admitissem seu próprio preconceito, para se livrarem dele.

Martin Luther King Jr em 28/08/1963 disse: 'eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter'.
52 anos depois, pesquisas da Pew Research Center de duas décadas, confirmam que as gerações mais novas são menos racistas do que as mais velhas.
A maioria dos pesquisados concorda com a frase: todos deveriam ser tratados igualmente.
No entanto, para Spencer Piston, professor de Ciência Política de Syracuse University, os mesmos concordam com a frase: brancos são mais inteligentes e trabalhadores do que os negros.
Existe diferença entre aquilo que eles respondem daquilo que realmente pensam.

A propaganda da série Men Of A Certain Age do canal Warner, onde os personagens principais são um negro, um louro e um italo-americano é abominável.
"Três homens da mesma espécie, mas de raças diferentes".
A balbúrdia com um tema tão delicado quanto o racismo é perigosa.
Por exemplo: Quando todo mundo é acusado de racista, ninguém mais é racista.
O racismo existe e é preciso que nos lembremos disso sempre.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A INTELIGÊNCIA INCONFORMISTA

Uma forma de inteligência libertadora.
A informação é libertadora.
Informação é ouro.
Uma pessoa informada é menos vulnerável, menos manipulável.

E quanto mais informação, maior o meu espírito crítico.
Como uma lanterna, para iluminar a estrada dos desejos perdidos, nas quebradas circunstanciais da vida.

Muitos perpetuam alguns costumes, se baseiam em opiniões alheias e as tomam como verdades absolutas.
Um comportamento onde falta adequação à situação presente além de desprovido de originalidade.
Uma noção preconcebida e muitas vezes automática, que é incutida no subconsciente pela sociedade.

Um modelo conceitual que se aplica de forma uniforme a todos os indivíduos apesar de seus matizes e divergências.
O que revela uma imagem simplificada as margens das individualidades.
Ele é baseado na ausência de conhecimento real, e repleto de afirmações generalizadas.

Essas características foram enraizadas ao longo das evoluções.

Na esperança de que, como já aconteceu antes no curso da história, haja o que houver, essa crença deve ser transformada em uma ideologia.
Termo esse, que alguns autores utilizam sob uma concepção crítica, onde pode ser considerado um instrumento de dominação que age por meio de convencimento, persuasão ou dissuasão.

Pesquisas psicológicas sugerem que cada vez mais as ideologias refletem inconscientemente processos motivacionais, uma visão imposta dissimuladamente nos meios sociais.
Não obstante, não vou me deixar levar por histórias de superação de gente bem sucedida, que alcançou o sucesso vendendo, sei lá, amendoim no sinal de transito.
Nem disfarçar esse ressentimento todo pendendo no meu rosto.

Eu sei que certamente não tenho nenhum talento especial. Curiosidade, obsessão e determinação, combinadas com a autocrítica, me trouxeram até as minhas ideias. - Albert Einstein

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O ENREDO É UNIVERSAL

Tudo muito parecido, mesmo quando pelo avesso.

Existe realidade demais na ficção?
O problema é saber se existe realidade demais na realidade.
A realidade é mais estranha do que a ficção; porque a ficção precisa fazer sentido.

É preciso ficar bastante alerta sobre o que faz bem de verdade para nós mesmos porque nem tudo é para todos.
É necessário saber que mais importante do que sofrer pressões de padrões ou costumes, em qualquer situação errada, é se livrar delas.
Às vezes são essas "crenças", "verdades", que nos traem.
Elas se apequenam e cai a máscara da sedução.

Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos do que somos capazes.
A partir daí a mudança vai acontecendo a cada palavra escrita no roteiro de cada um de nós.
Pouco importa se o enredo saia confuso, estranho, ambíguo.
Interessa que ele seja de nossa autoria.

Portanto, nunca é tarde quando se está descontente.
Pois no momento em que a pessoa se contenta, a fome de querer mais desaparece.
E se Charles Darwin tivesse se conformado em seu emprego e desistido do sonho de viajar até as Ilhas Galápagos?

O vídeo acima visa motivar as pessoas a superar os obstáculos e buscar mudanças em suas vidas.
Então ascende em mim ímpetos de outras experimentações.
O sabor agridoce dessa nova saga é exatamente isso.

sábado, 8 de agosto de 2015

ARTESANAR PALAVRAS, UMA VÁLVULA DE ESCAPE

Debalde tentativa de elevar a auto-estima e ilusões de congelar momentos.
Especialistas afirmam que: pode-se tentar se colocar no lugar do outro, mas quando alguém está sofrendo e o observador não consegue dar-se conta realmente disso, comentários como 'eu sei como você se sente' não valida seus sentimentos.
Ao invés disso, diga algo como 'não consigo sentir o que você está sentindo, mas estou aqui pra você', isto mostra a vontade de dividir a dor.
Escute sem dispensar a intensidade das emoções da pessoa.

Deveras, diferenciar vontades de necessidades é o primeiro passo para ser capaz de suprimir as vontades a fim de obter de fato as necessidades.
Então mantenho a determinação e sigo com a decisão que sinto ser a mais adequada.
Porém, para voar alto e livre, é preciso ter um terreno firme de onde decolar.
E ao que parece, a chance de atingir esse feito é algo próximo de nulo.

Relembro, pois, a Pollyanna, personagem de Eleanor H. Porter, ela apenas e tão somente enxerga que, em todas as coisas só existe o lado bom.
O que levou os pesquisadores a identificarem a Síndrome de Poliana, que nada mais é que uma fuga da realidade, na medida em que o mundo não é tão cor-de-rosa assim.

Portanto vou usar uma licença poética: Aquilo que os místicos chamam de esperança, eu prefiro chamar ‘um dia depois do outro'.

domingo, 2 de agosto de 2015

OS AÇOITES, REGULAMENTADOS OU NÃO, DAS RELAÇÕES HUMANAS

Há muito o que dizer sobre, e mais a lamentar.
A sociologia, psicologia e filosofia explicam muitas coisas acerca do autoboicote, ação de prejudicar a si mesmo, apêndice da insegurança.
Quanto mais inseguros, mais vândalos de nós mesmos.
A questão é que a insegurança não nasce com o indivíduo, ela é acrescentada pela cultura, pelo comportamento social e até pela economia.

Pois bem, foi realizada uma pesquisa sobre a qualidade de vida, ela estudou a correlação entre o uso do tempo e bem-estar, já que o único indicador com o maior impacto na satisfação com a vida é a privação.
E é importante salientar, privação, não necessariamente pode ser de coisas materiais.

Segundo a diretora do Light On Anxiety Treatment Center de Chicago, Debra Kissen, pode-se pensar que está ajudando ao apontar motivos para a pessoa ser grata, como ter uma casa e etc.
Mas ela pode estar pensando, ‘eu deveria ser mais agradecida, e me sinto culpada’.
Então em vez de mencionar porque o indivíduo deveria estar feliz, faça algo junto com ele, ela diz.

'Outras pessoas aguentam coisas piores que você'. Este tipo de comentário desmerece a situação, salienta também Helen Friedman, PhD em psicologia clínica de St. Louis.
Além disso, a questão não diz respeito a outras pessoas: e sim à situação que o indivíduo está enfrentando.
Uma abordagem melhor é perguntar 'como posso te ajudar?' ou lembrar: 'se você quiser conversar me avise', complementa.

- O que comprova a retidão com que encaro o tema.