sábado, 5 de fevereiro de 2022

MÃES ABUSIVAS (COMO A MINHA) SÃO NOCIVAS
Essas mães são tóxicas, elas nos fazem mal.

Infelizmente, vivemos uma cultura onde para os filhos existe o dever de “gratidão incondicional”, tenham eles sofrido males cruéis, relegados a negligências de toda ordem, nem por isso lhes é lícito ter raiva daquela que o gerou e o trouxe ao mundo.
Pois é, para quem foi vítima de uma mãe abusiva resta a condenação social, afinal levamos na cara que "mãe é mãe" como se isso permitisse tudo e justificasse tudo.

Nem podemos falar mal dela por que ninguém gosta de gente que fala mal da própria mãe, embora a mãe possa insultar, maltratar, violar, abusar (e não falo no sentido sexual, mas sim emocional, psicológico), e temos de aguentar porque "mãe é mãe”.
Nós somos educados na noção do “dever" para com as mães e quando contamos nossas histórias encostam-nos à parede e tentam nos calar, mesmo em relação a situações absurdamente injustas e inimagináveis.

É . . só quem tem uma mãe abusiva sabe o quanto é difícil viver com pessoas assim, e não, não curamos, o estrago é grande demais, não tem como curar, somos aleijados emocionais, seguimos como podemos, aos tropeços, cheios de cicatrizes.
E quem sobrevive a tudo isso ou desenvolve mecanismos complexos e autocastradores para manter a relação com a mãe, com grandes custos em termos de autoestima e valores, ou arrisca-se a sofrer desaprovação e rejeição.

Sabe, a minha mãe destruiu a minha autoestima, conduziu-me a uma depressão; sobrevivi - SOBREVIVENDO NO INFERNO - mas para manter alguma sanidade é preciso manter uma distância.
Porque não há mesmo outra maneira de viver a não ser à distância, é muito triste mas é uma solução, pior seria se não houvesse nenhuma.

Não espero nem quero um pedido de desculpas, afinal, eu já a confrontei e ela não se importou, mas quero viver bem, longe dela, gente assim não é mãe.
Eu estou definitivamente de costas viradas para ela, pelo abuso psicológico, pelo abandono emocional, pela exclusão e pela falta de respeito e consideração com que me tratou.
A minha mãe me levou ao limite, mas conhecendo eu a personagem, ela é a grande mártir e eu o grande ingrato.

Uma das razões pelas quais uma mãe trata mal um filho é que certamente ela não é capaz de oferecer uma coisa que nunca teve. – Polyana Luiza Morilha Tozati, psicóloga.

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