ABUSO MATERNO
Psicologicamente não há nada mais desgastante. |
É uma série sobre abusos, estes, permeiam as narrativas.
Na verdade, a realidade que vivo pode ser considerada como um abuso piscológico, e sobre isso que desejo falar nesse texto.
Uma relação materna nada saudável, é preciso dizer.
Mas como alerta Corrine Barraclough: ninguém quer falar sobre mães abusivas, a sociedade está em total negação para o fato de que as mães nem sempre são vítimas.
Fomos condicionados a acreditar que a maioria das pessoas que cometem abusos são pais, mas isso não é verdade.
A psicóloga Anahy D’Amico confirma: é um tabu na nossa sociedade mães que não gostam dos seus filhos, as pessoas não aceitam ouvir isso.
É inadmissível uma mulher que não ama o próprio filho, é violento, dói “fisicamente” em quem escuta.
Do mesmo jeito que uma mãe não revela nem sob tortura que gosta mais de um filho do que do outro, só que isso é muito mais frequente do que a gente imagina.
Os consultórios estão cheios de pessoas com buracos negros na alma, dores emocionais enormes pelo desamor, é um dos processos psicológicos mais difíceis de se cuidar.
Sim, os danos emocionais causados por essas mães se espalham pela nossa cabeça.
Sabe, dói muito, a maioria das minhas recordações são nefastas.
Reviver toda a opressão, as omissões, as culpas que me foram atribuídas é realmente algo que me faz sofrer.
Atitudes recorrentes que me tornaram uma pessoa infeliz, amargurada e sem auto-estima.
Dói relembrar cada momento cada gesto e se dar conta que não são normais, não foram normais e que eu não mereço ser tratado da forma como eu fui (SOBREVIVENDO NO INFERNO).
Quando você é amado não há espaço para coisas assim.
É isso, por tudo que ela (a pessoa repugnante capaz de atos abomináveis sempre citada aqui) me fez, todos os dias tenho de lutar contra a minha revolta, todos os dias luto contra esse vazio que ficou.
Se você aprende que nem toda mãe é boa, diminui as chances de sofrer abuso por muito tempo. – Micheje Engelke
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