domingo, 10 de julho de 2016

QUEM LHE INSPIRA?

Imagem não é tudo.
A maioria deve ter cuidado com quem admira, ou, nestes tempos, segue nas redes sociais, pois nem sempre a reputação* é coerente com a pessoa real.
*Principalmente no sinônimo de fama, celebridade, ou mais tecnicamente, uma avaliação social.

A internet e outras evoluções tecnológicas foram fatores preponderantes para que a informação fosse democratizada, propagada e amplamente difundida.
Mas nem sempre com confiabilidade.
Renato Essenfelder, professor de jornalismo da ESPM, endossa: vivemos a era de informação instantânea e corre-se o risco disso cair em descrédito por não avisar que é propaganda.

Enganosa eu complemento.
O meio é a pessoa, a sua própria imagem comunica, por isso, muitas vezes, se tornam estrelas mesmo sem ter realmente conteúdo, avalia Essenfelder.
Apenas merchandising, arrisco dizer intrusivo, puro marketing pessoal.

Ou seja, um conjunto de estratégias e ações que visa vender a qualquer custo.
É a arte de explorar, criar e entregar “valor” para satisfazer as necessidades de um mercado, a fim de atribuir uma maior importância.
Walter Scott realizou um brilhante estudo sobre o uso da psicologia na propaganda, mostrando como o incentivo ao comportamento humano esperado leva a isso falado aqui.

Quando revelada, a biografia já jogou por terra a imagem de muita gente.
Às vezes aquele que parece ser uma reserva moral, por exemplo, está muito longe disso.
Aquela lenda viva pode ser alguém que não é nada crível, fingindo credibilidade.
São falsos ídolos.

Certo ator de Hollywood, com um personagem marcante, por exemplo, inspirou muitos, até que a verdade sobre a vida dele veio à tona.
Pelo eterno papel de ‘mocinho’, ele foi transformado em um ícone, em uma figura que simbolizava o ideal de várias pessoas.
Só que não.
A história real não era bem assim.
Ele demonstrava ser a pessoa mais distante da própria imagem que construíram.
Então todos que o veneravam descobriram tratar-se de uma fraude.
Foi um “soco no estômago” para aqueles que o usavam como padrão, como um exemplo a ser seguido.

Não há nada de errado em procurar figuras que nos sirvam de exemplo.
Porém a lição que a História nos deixa é de que vale a pena analisarmos direito aqueles que nos inspiram, senão corremos o risco de seguir um mito.
E, preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua fama.
Porque sua consciência é o que você é, e a sua fama é o que os outros pensam de você, e o que eles pensam, é problema deles.
Como disse, imagem só, não é tudo que importa, essência é o que mais interessa.

terça-feira, 5 de julho de 2016

DEIXE O SMARTPHONE "DE LADO" E LEIA ESTA CRÔNICA

Cerca de 75% da comunicação das pessoas é não-verbal.
Se tu estás em um local público, dê uma boa olhada ao seu redor, observe as pessoas, o que elas estão fazendo?
Salvo engano, verás a grande maioria, absorta, olhando seus smartphones.
Eles levam os amigos para “passear” com o Facebook, frequentam “conversas” ininterruptas em mesas de bar nos grupos de WhatsApp, e por aí vai.
E você, quantas vezes hoje checou as notificações do seu celular?

Segundo pesquisa divulgada mês passado pelo ConsumerLab, 83% dos internautas brasileiros usaram recursos de mensagens instantâneas pelo celular em 2015, o índice é bem acima da média mundial de 59%.
Ainda de acordo com o site Slash Gear, são gerados mais de 500 TB de dados a cada 24 horas no Facebook.
Não tenho certeza de que as pessoas precisem de mais notificações na vida.
Há vários motivos para acreditar que necessitem de menos.

Temos experimentado uma variedade e um volume de informações sem precedentes, por várias mídias e múltiplas plataformas.
De forma colateral, este cenário causou efeitos não desejados sobre as pessoas.
Mas isso é mais um reflexo da ”reciclagem” em tempo recorde da internet, tudo dura cada vez menos e exige cada vez mais.

Estamos saturados por uma quantidade gigantesca de conteúdo na TV, no computador, no celular, tudo ao mesmo tempo agora, demandando nossa atenção.
Somos bombardeados por tudo isso.
E como já se tornou algo “natural”, não se percebe o quanto isso é prejudicial.

Esse excesso atrapalha diversas áreas da vida.
Sobrecarregam a mente e trazem prejuízos, como a falta de concentração.
Até a produtividade é comprometida, informa o neuropsicólogo Eduardo Salles Moreira, o que acaba provocando um desgaste intelectual.

Em razão desse excesso absorve-se de forma desenfreada “ideias e valores”, deixando-se de filtrar o que realmente é relevante.
Como lidar então com o excesso de informação?
Por que a grande quantidade de conteúdos consumidos ao longo do dia pode ser tão prejudicial à saúde e à vossa vida?

Estudos apontam que pessoas viciadas em redes sociais, por exemplo, tem maior probabilidade de desenvolver depressão.
Nas crianças os efeitos podem ser mais graves.
Os relacionamentos são afetados, as refeições digeridas com rapidez, dorme-se menos, tem-se problemas na coluna e fica-se estressado.

Mas conheci histórias de pessoas que conseguiram se abster das tecnologias.
Elas não as deixaram para sempre, mas passaram por um período de ‘desintoxicação’.
Tem de se aceitar que não é preciso estar ligado em tudo.

domingo, 3 de julho de 2016

COM O AVANÇO DAS TECNOLOGIAS, AS PESSOAS DEIXARAM A LEITURA DE LIVROS DE LADO

O que será que a internet trouxe de relevante além do Crtl+C e Crtl+V?
Um estudo que resultou na 4ª edição da pesquisa Retratos da Literatura no Brasil por encomenda do Instituto Pró-Livro, revela que 44% da população não lê e 30% nunca comprou um livro.
Essa atitude tende a deixar o vocabulário pobre e compromete a capacidade de interpretar textos.
Em geral, esse é um indivíduo, ou, um sujeito, também no significado daquele que apresenta determinada vulnerabilidade, de formação deficitária.

Estamos migrando para uma forma de comunicação em que o texto deixa de ser o elemento central.
O mundo, na época do nosso grande bardo da literatura, William Shakespeare, era outro, bunda era bunda, e escritores eram confundidos com intelectuais.
Escritores, redatores, jornalistas, que antes eram provedores de informações, estão sendo obrigados a se reinventar.

Uma baita crise.
A saída, para qualquer desses profissionais, é procurar uma saída.
Não que leve ao aeroporto, como disse nosso grande maestro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, ou a outro ramo, mas que seja um caminho inédito de reconquista de espaço.

O hábito da leitura pode beneficiar as pessoas, por meio da leitura os conhecimentos se fixam mais facilmente.
Quando alguém é estimulado a ler desenvolve melhor a sua criatividade e imaginação, além de adquirir cultura e valores.

A escola tem necessariamente que incentivar o desenvolvimento crítico, a capacidade de pensar. – Viviane Mosé, Filósofa

sábado, 2 de julho de 2016

O ADVENTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS TROUXE UMA MUDANÇA COMPORTAMENTAL

Este efeito sobre as pessoas teve consequências.
Os mais jovens adotam as ferramentas mais rapidamente, mas isso não quer dizer que eles usem melhor ou mais apropriadamente.
Uma pesquisa mostra que 57% das crianças de até cinco anos sabem usar aplicativos em smartphones, mas somente 14% sabem amarrar os sapatos.
A série Terminator Sarah Connor Chronicles, mostra uma cena a respeito.
Significa que pouquíssimas coisas ganham a disputa com a máquina e isso é perigoso.

Diante disso, é natural que pais fiquem apreensivos, afinal, a web, por exemplo, abriga conhecimento e ao mesmo tempo, lixo.
Não se estaria criando adultos despreparados para os desafios da vida?
Crianças individualistas, completamente isoladas e incapazes de construir relacionamentos não virtuais?
Proponho então um questionamento: Como avaliar as reais consequências do impacto da tecnologia na atual geração?

Segundo Teresa Ruas, especializada em desenvolvimento infantil, ‘negar o convívio e o aprendizado das crianças com os atuais recursos tecnológicos, como os tablets e outros eletrônicos, não é aconselhado’.
Porém o uso excessivo desses aparelhos traz grandes prejuízos para o desenvolvimento global da criança, explica Teresa.
Os pequenos precisam de brincadeiras que os permitam serem crianças, outras necessidades lúdicas, sociais, afetivas etc.
Reflitamos, qual seria o limite entre o exagero e o saudável?

Os relatos científicos relacionados ao desenvolvimento infantil afirmam que a natureza de toda e qualquer criança é lúdica.
O Dr. Saul Cipel, neurologista infantil, se mostrou assustado com o tempo que crianças de 7 a 10 anos passam na frente de alguma tela.
A terapeuta infantil Regiane Glashan afirma: brincar é o momento mais importante na vida das crianças até os 7 anos de idade.
Crianças que brincam são física e mentalmente saudáveis e criativas.
É a ponte entre o mundo infantil e o adulto, quando externam suas angústias e sentimentos, a oportunidade de desenvolver sua capacidade de concentração e atenção e nutrir sua vida interior.

Brincar é essencial para o desenvolvimento físico e mental das crianças.
É mais importante do que muitos imaginam.
Brincar não só estimula as múltiplas inteligências da criança como também transmite valores éticos e morais.

Me incomoda pensar que as crianças não sabem brincar com algo que não precise de tomada.
Tecnologia, videogame, computador . . a vida não se resume a essas invenções, e socializar, de verdade, é muito importante.
Mas nem sempre elas aceitam isso, todavia, educar gera alguns conflitos.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

AS CRIANÇAS DE HOJE FORMAM A PRIMEIRA GERAÇÃO MERGULHADA INTEGRALMENTE NA TECNOLOGIA

Tentando entender as gerações.
O aprendizado sobre o mundo e tudo o mais, passa pelo uso do computador.
Neste tempo, são coisas que atualmente se escrevem em lousas cósmicas.
Pois, para entender o comportamento dos jovens na era digital, especialistas realizaram uma pesquisa com 1440 jovens, explorando aspectos da vida digital, como comportamento e educação.

Segundo André Oliveira, diretor de Trending, Mapeamento e Análise de Tendências, devemos antes conceituar a geração X (entre 35 e 48 anos) e a geração Baby Boomers (acima dos 49 anos).
Esses últimos foram importantes para a conquista de várias causas sociais, agentes de grandes transformações, a começar pelo debate do papel da mulher, e ainda quebraram barreiras políticas, catalisando uma série de mudanças, muitas das quais a gente vive até hoje.

Senão vejamos: A revolução digital formou uma nova geração, com comportamentos próprios, incluindo formas particulares de interação e de comunicação, ditadas, na grande maioria das vezes, pelos dispositivos eletrônicos.
É a chamada geração Alpha (nascidos depois de 2010) conhecida pela intimidade com a tecnologia.
Caracterizada por ser mais autocentrada e egoísta, ela porém, de maneira antagônica, gosta de compartilhar informações pelas redes sociais.
André Oliveira cita pontos importantes dessa geração.

Eles ficam o tempo todo ligados ao celular.
E vêm sofrendo algumas síndromes, como a FOMO, sigla em inglês para Fear Of Missing Out, que pode ser entendido como a ansiedade sentida por estar desconectado da internet.
Uma só tarefa não os satisfazem, pois realizam várias coisas ao mesmo tempo.
Além, da não linearidade de pensamento, e valores fortes do mundo dos jogos eletrônicos, incorporados no cotidiano deles, que estão mais interessados em “estar” do que, efetivamente, em “ser”.

Ninguém provou que uma criança vai ser melhor profissional se for atochada de tanta informação quando pequena. – Daniel Becker, pioneiro da Pediatria Integral no Brasil