quinta-feira, 28 de abril de 2016

ME SINTO MUITO ENVERGONHADO DO MEU DESCONFORTO

E a vergonha não faz bem a ninguém.
Muitas vezes confundem vergonha com culpa.
Deveras, é possível envergonhar-se a si próprio com formas genuínas de auto-condenação.
A antropóloga Ruth Benedict descreve a vergonha como uma violação de valores culturais e sociais.
Ações que visam provocar vergonha, atacam e diminuem a dignidade humana de uma pessoa.

Em vista disso, dantes, disse que ‘minha vida era um livro aberto, mas havia partes dele que só lia quem eu quisesse‘, pois, por vezes quis falar apenas o que me fazia sentir confortável.
Depois, procurei externar as cousas mais elucidativamente, nesse link:
Presentemente, eis que me deparo com o grafite que ilustra essa crônica e o parágrafo abaixo, o que estabelece uma relação de causalidade (causa e efeito) com o já escrito anteriormente.

Saiba perdoar: tanto pessoas estranhas quanto entes queridos, que vão acabar te decepcionando em algum momento.
Reaja em conformidade, mas não mantenha rancor.
Viver no presente é estar focado, aceite que o passado não pode ser mudado.
Faça da dificuldade um novo começo - Como o ponto de vista otimista pode dar um novo sentido ao que parece ser o caos.

Ocorreria estar mais preparado para suportar os desafios que surgiram se concordasse?
Não, não obstante (referência a uma situação de oposição a outra idéia apresentada), não aceitarei isso.
Outrossim, há muito mais do que se imagina por trás de uma situação como a que exponho.
São os enigmas, na sua definição de algo por suas particularidades, que enevoam, entristecem, cobrem de brumas essa vulnerabilidade (nos seus dois gêneros: ferido, sujeito a ser atacado, derrotado: frágil, prejudicado ou ofendido).

Tive raiva, muita raiva, até mencionei a vontade de morrer (chama-se ideação suicida), quis cometer “um pecado” e ver se iria mesmo para o inferno, depois pensei em sumir.
Enquanto brigo comigo mesmo, em minhas profundas reflexões, eu me experimento, percebo através de sentidos e sentimentos, horrível.
Anos vivendo com um sentimento amargurado dentro de mim.

Cabe aqui o futuro do pretérito.
Desejaria, pois, agir sendo transigente ou ponderar com transigência as ações e sempre tentar trazer leveza à vida.
Apreciar novamente aquele meu lado leve e engraçado de ver a vida.
Continuar sempre sorrindo, não precisar desperdiçar energia e nem me machucar, alcançar isso com a vida.

Gostaria de deixar de medir forças comigo mesmo, ou pelo menos de impor desafios, estar sem medo diante dos mesmos.
Aperfeiçoar o querer me tornar um admirador de mim mesmo, alicerces importantes para meu contínuo crescimento como pessoa.
Respirar profundamente, mover-se livremente e sentir-se com intensidade.
Mergulhar fundo nas minhas emoções.

Retomar a identidade pessoal (consciência que alguém tem de si mesmo), depois de um período turbulento, carregado de intranquilidade e desassossego.
É a minha busca pela paz até o último instante, ou seja, aquele que está próximo a sobrevir.
Uma jornada de redescoberta e reinvenção.
Encontrar a paz interior.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

TRAUMAS EM PEDAÇOS

O que escrevo tem de breve, tem também de intenso.
Disseram: ele tentava superar as dificuldades que a vida lhe impunha. Também acho que ele está em um profundo conflito.

Isto posto, ao contrário do que escrevi aqui anteriormente, quando perguntaram em que momento o mundo perdeu o valor para eu, presentemente tenho outra resposta.
Já possui algumas ambições como qualquer pessoa, porém padeço* com o ascetismo, e na sua definição dramática, quando apresento por meio de palavras um acontecimento, retratando, fundamentalmente, os conflitos das relações humanas.
* Sofrer de dores físicas ou morais, ter dificuldades ou estar infeliz, padecer de uma aflição imensa.

O ascetismo é a filosofia adotada por quem quer obter a excelência e harmonia espiritual.
O termo significa alguém que pratica uma renúncia ao mundo.
Max Weber designou, o 'ascetismo extraordinário', que se refere a pessoas que desistem do mundo.

Uma pesquisa do hospital McLean nos EUA, sobre comportamento cognitivo, mostra que: se uma pessoa acredita em alguma coisa metafísica, espiritual, que pode ser eterna, permanente, onipotente, então esta coisa pode ser uma fonte importante para ela, principalmente em períodos de estresse emocional.
E Yuval Noah Harari em Uma Breve História Da Humanidade diz: só o Homo sapiens pode discorrer sobre coisas que até podem não existirem de fato e acreditar nas impossíveis.
O que nos “salva” é nossa imaginação, a maior vantagem sobre outros seres.

Daí, alguns conseguem perpassar a acepção que eles mesmos extraem da própria vida.
Imagina-se o que já perdeu-se, e por vezes o que nunca teve-se.
Deseja-se muito além das coisas tangíveis, aquelas que os olhos veem e as mãos tocam.

Mas e aquilo que os olhos não veem, a mente inventa?
A imaginação se alimenta mais de sombras do que de luzes?
E as luzes clareiam fatos, enquanto as sombras orientam versões?
Bem, a vida real muitas vezes imprime seu pesadelo.

Dormir por muito tempo, ficar chapada e ter orgasmos são alguns ótimos artifícios para se encarar a realidade que é deprimente. - Letícia F.

domingo, 27 de março de 2016

UM MOMENTO PUNGENTE* DE SOBREVIVÊNCIA

*Algo muito intenso, agudo, aflitivo, doloroso, lancinante.

Ninguém sabe o que se passa na minha vida, não sabe as dificuldades, as tristezas, as dores, as marcas que a vida me deixou.
Então nunca me julgue.
Reitero: Apesar da obviedade de estar bem longe de ter uma vida de penúrias, privações e humilhações, me encontro muito distante de uma vida plena, de paz interior.

Como falei em: O QUE É PRECISO PARA SER BEM SUCEDIDO NA VIDA?
Poderão dizer: “ah . . . ele tem curso superior, não mora em comunidade, reclama porque nunca passou necessidades, nunca passou fome”.
Pronto! Essa justificativa encerra a questão e resolve o problema.
É uma ignorância de quem nada sabe sobre a vida.

Engana-se quem pensa que se trata exclusivamente de “algo da mente”, um transtorno mental quando não há uma resposta para compreender o sofrimento humano.
Existe uma lenda urbana onde se fala que uma dor psicossomática, que concerne simultaneamente ao corpo e ao espírito, não existe.
Dizem: isso não é físico, é coisa da sua cabeça.
Jamais diminua o sofrimento de alguém alegando que é psicossomático, pode ser, e se for, o sofrimento é real, doloroso. – João Oliveira, Psicólogo Clínico, Mestre em Cognição e Linguagem pela UENF-RJ

O Karma é indubitável na dimensão espiritual, diz-se que ‘para cada ação no plano espiritual há uma reação igual e oposta’, isso significa que quando se dá felicidade, em retorno, experimenta-se felicidade, e quando a tristeza é dada, a tristeza será experimentada em igual medida.
Em outras palavras, qualquer emoção que alguém leve outra pessoa a sentir deve, em algum momento, tornar-se a própria experiência dela.

As conseqüências do Karma.
Entender o Karma me tornará consciente de que cada ação provoca um retorno, uma conseqüência; da mesma forma, eventos e seus efeitos só podem ocorrer quando há uma causa correspondente, isso significa que, não importa em que circunstâncias eu esteja no momento ou qualquer experiência que eu tenha, isso é conseqüência de decisões e ações prévias.
Entender o Karma dá um significado profundo a conceitos como responsabilidade e justiça.

Alguém pode, por exemplo, carregar algumas fobias e depressão nesta vida como resultado de ações e traumas advindos de uma vida passada.
De uma coisa devemos ter certeza: a lei kármica é implacável, se não se entender que a estada aqui envolve principalmente crescimento, se estará ligado ao samsara (ciclo morte/renascimento) indefinidamente.

Dores do karma familiar são das mais agudas, diz Marina Gold, Mestra pela PUC em Semiótica. Ela se aplicou no estudo da Psicologia, assim como também da psicanálise, filosofia e antropologia.
Desarranjo kármico nas questões familiares é causador de grande aflição e sofrimento.
Reza a sabedoria popular: família não se escolhe, para complicar ainda mais, há o fato de, normalmente, ela ser agregadora, o maior manancial de amor, carinho e ajuda que as pessoas dispõem.
Os que não comungam dessa experiência corriqueira se sentem, com razão, traídos, solitários, abandonados.

Estremeço ao lidar com esse tipo de conflito, karmas antigos que se renovam e geram desamparo e dor.
Do ponto de vista da espiritualidade, as dores do karma familiar são das mais agudas, as investigações revelam machucados antigos, desordens que se estendem há muito tempo, atingem as pessoas que estão encarnadas no presente e podem se prolongar por gerações afora nos desdobramentos do futuro.

As pessoas de sensibilidade elevada, espiritualizados, exímios exploradores da alma humana reconhecem com facilidade o poder de destruição dos desajustes no terreno familiar.
Ele compromete futuros, desmonta esperanças, arrebenta trajetórias e vidas inteiras, o preço é alto e vai, com juros e correções, se tornando ainda mais elevado na medida em que, com a passagem do tempo, tantos destinos individuais são ceifados num tornado que, girando descontrolado, arrasta vontades, coloca tanta gente na situação absurda de responder por falhas e erros alheios.

sábado, 14 de novembro de 2015

MANIFESTOS INTEIROS SÃO ESCRITOS PENSANDO-SE EM UMA MANEIRA DE SE METER NA VIDA ALHEIA

Vivem preocupados com que os outros estão fazendo e postando nas redes sociais.
A vontade de bisbilhotar e compartilhar na internet é enorme quando se trata de criticar e falar da vida dos outros.
Qualquer pessoa com um smartphone e uma conta na rede social pode ser um potencial espião.
Pronto para jogar na rede o quanto fulana é vulgar ou mostrar quão feio é beltrano, mesmo que nunca o tenha conhecido, incluindo aí também, quaisquer outros lixos.
E estão compartilhando, porque . . sabe-se lá . . enfim, como tem gente idiota nesse mundo não é?

Na medida em que querem se intrometer em nossas vidas, aumenta meu repúdio pela vigilância sobre a vida privada.
Até comentei com um amigo: Estamos chegando no dia em que precisaremos justificar a nossa ereção.

Mas de fato estão olhando pelo buraco da fechadura.
Uma empresa demitiu por justa causa um funcionário por uma 'curtida' no Facebook, em um comentário considerado ofensivo e o Tribunal Regional do Trabalho considerou válida a demissão.
O advogado especializado em tecnologia da informação Omar Kaminski disse a respeito, que é preciso começar a defender a 'curtida' como exercício da liberdade de expressão.
A Suprema Corte dos EUA por exemplo, foi a favor da liberdade de expressão na 'curtida' em um caso.

Prezo pela liberdade individual e outros direitos fundamentais, como a liberdade de expressão.
Daí a aversão por “poderes” instituídos, centralizados, que “pensam” por mim.
A liberdade de cada um de nós é um valor que não pode ser suplantado em nome de pretensas causas.
Pessoas a serviço de ideologias, que tornam a pedir a intromissão do Estado na vida privada e na vigilância sobre todos.

Fico um tanto quanto indignado com a fiscalização e, sobretudo, com a intromissão dessa gente que não tem nada com nossa vida, mas que necessariamente precisam se meter na vida alheia de alguma maneira, seja fiscalizando o salário, a roupa, etc, dos outros.
Começam questionando a minha risada, terminam querendo controlar a minha ereção.
São aqueles que não fazem parte da negociação e não tem que se intrometer.

A sabedoria popular pode até não ter um status científico, porém quase sempre acerta quando se refere à natureza humana.
Ela tem um ditado para designar pessoas que vivem a se preocupar com a vida alheia.
Esse ditado define de modo bastante preciso essa inclinação do ser humano.

A regra mais básica é: Não se meta na vida alheia.
A não ser que deseje que se metam na sua vida, certo?
Que tal então repensar a maneira de ver o mundo, em vez de 'sentar sobre o próprio traseiro e apontar o dos outros'?
Quantos se dispõem à reflexão?

domingo, 8 de novembro de 2015

A INTERNET HOJE SE DIVIDE ENTRE QUEM CONDENA E QUEM É CONDENADO

O veneno alheio é inesgotável.
As redes sociais permitiram que pessoas que não "tinham voz" pudessem se expressar, mas o lado sombrio dessa conquista emergiu.
E acabou-se criando uma "arma" de destruição em massa.
Trata-se do linchamento virtual.

Certas pessoas gastam tempo e energia para o maniqueísmo, a filosofia dualística que divide o mundo entre o bem e o mal.
Isso ganhou novas e absurdas fronteiras no vasto mundo da internet.
Assim então, ficam satisfeitos por promover a desordem.
Como cantou Caetano: alguma coisa está fora da ordem.

Acreditava-se que as redes sociais era um lugar para compartilhar coisas boas, como vídeos, fotos.
Também mostrar que se está mais feliz que os outros, vá lá.
Mas grande parte dela virou um mural para postar a raiva sobre tudo, inclusive coisas que acabam virando motivo de revolta coletiva.
Agora acrescente nessa receita pitadas industriais de amargura, no sentido figurado de padecimento moral (provem no grego de uma palavra que significa ferir), e o resultado são heresias - fora do contexto da religião, uma heresia também pode ser um absurdo ou contrassenso.

E se tem uma coisa que comentaristas raivosos, paranoicos assustados, preconceituosos, e "juízes" mal embasados têm em comum, é a incapacidade de apontar lógica no próprio raciocínio.
Um grupo que dá a conhecer a sua postura, a falta de consonância, de consenso, de entendimento.
Carecem de alinhamento, por assim dizer, uma direção, com um traço característico, uma tendência, quando aderem, de acordo com uma determinada ideologia.
Significa que estão a abraçá-la deliberadamente, basicamente aquilo em que se crê e que se pretende, por outras palavras, estão a fazer tudo para integrar a mesma, juntar-se a todos que partilham aquilo a que se propõem.

A Internet em seus primórdios era chamada de aldeia global.
Agora as redes sociais tem um lado de aldeia inquisitorial, aquela da denúncia anônima, da acusação, da perseguição ao outro, onde se dão ao trabalho de escrever com os dedos cheios de ressentimento.
Com isso, tensões e embates são perpetuados, e não enfraquecidos.
Vejo aí um elogio histriônico da violência, à lapidação do nojo, do abjeto, à verbalização de excrescências afloradas do rincão mais asqueroso do espírito humano.

Numa época em que tudo precisa de uma "explicação sociológica", não há Inquisição que consiga competir com os pecados ditados pelos "sociólogos" de plantão.
Para que ter religiosidade hoje (precisamos diferir o ser possuidor de religiosidade, do religioso), se eles inventam uma culpa nova todos os dias para carregarmos nas costas?
Em comparação com o Tribunal Eclesiástico que admoesta os cristãos, eles são muito mais eficientes em apontar nossas falhas morais.

O escritor Christopher Hitchens por exemplo, acusou Madre Teresa de Calcutá por crimes contra a humanidade.
Mas isso ocorreu antes do advento das redes sociais.
Basta se conectar na web a qualquer hora do dia para tomarmos uma enxurrada de sermões e descobrirmos que somos os maiores responsáveis por tudo o que acontece de pior na sociedade.
Sermões, repressões e lições de moral estão na página da rede social de qualquer um, compartilhados por muitos.
Ao ler algo na página pessoal é que nos damos conta dos "nossos erros".

Adotar comportamentos anonimamente na internet pode liberar a agressividade dormente?
Pois impressiona o grau de virulência com que muitas pessoas se manifestam nas redes, em geral resguardadas pelo "anonimato".
Seria esse fator, o combustível para agressividade?
Agiriam assim se estivessem frente a frente com os outros?