domingo, 7 de dezembro de 2014

O AMOR NOS TEMPOS DO (CÓLERA) FACEBOOK

Curtidas e compartilhamentos.
Viver é muito mais interessante do que contar.
Mas hoje, nosso amor é Whatsapp, essas coisas.

Apela-se fazendo sensacionalismo em troca de um 'like', uma moeda nova que talvez faça a maioria se sentir mais importante.
Vale tudo por muitos likes, como por exemplo: Status de relacionamento do Facebook.
Por que isso importa?
Teoricamente ninguém tem nada a ver com o fato de alguém começar a namorar, mas faça isso no Facebook e ganhará muitos likes, elogios e emotions.
É tão incrivelmente besta, que é estranho pensar que essa coisa tenha invadido a vida de uma parcela enorme de pessoas.

Estamos no ápice das tecnologias do desencontro humano.
A convivência real e uma série de trocas ricas que só a interação física permite, em silêncios, tons de voz, cheiro e toque, foram substituidos por interações online.
O mecanismo de relação nas redes sociais é pautado pela tal reputação.
Existe uma competição curiosa em busca dessa audiência, quem tem mais curtidas nas interações online têm essa "lógica".
E gerenciam o tempo todo isso, na percepção que os outros têm deles.

Ter um local para escrever as próprias emoções continua na moda, e hoje atende peo nome de Facebook.
Mas tem uma diferença, a preocupação com o sigilo das revelações perdeu o sentido.
Tudo é publicado nos perfis de redes sociais para ser "curtido", a forma mais rápida e fugaz de aprovação online.
A exposição cresceu tanto que virou tema de estudos.
Psiquiatras estudam o hábito de se expor no Facebook.

"Curtidas" viciam, porque fazem o usuário se sentir amado.
A rede funciona como suporte afetivo.
O botão curtir também é uma das explicações para o excesso de comentários quase sempre irrelevantes.
E quando o post não tem repercussão é o caos, causa angustia e a pessoa se sente desprezada.
O usuário espera a aprovação do outro.

A rede social virou um local de entrega sentimental.
Pessoas com dificuldade de relacionamento na vida real tendem a usar a rede como se fosse um divã.
Essas tecnologias prometem satisfação imediata, um botão 'Prozac' de curtir, mas isso é um engodo.

- Como a vida de certas pessoas seria, na ficção que inventam para elas próprias, que é narrar a vida nas redes sociais?

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