domingo, 9 de agosto de 2020

MEMÓRIAS DE LONGO PRAZO

Tente o máximo que puder para enterrar problemas não resolvidos do passado, mas um dia eles encontrarão o caminho de volta para você de qualquer maneira, evocando emoções esquecidas.
Não é a primeira vez que escrevo sobre o assunto, mas como fugir dele?
Bem, é que me deparei com um artigo do Gustavo Nogueira no Medium, segue um trecho.

‘Lembre-se para aliviar o passado você não precisa de um wormhole para fazer uma visita pela estrada das recordações, ao invés disso, viaje ao passado utilizando suas memórias.
Assim você se sentirá como viajando pelo tempo, mesmo que o seu corpo se mantenha no presente.
Fotos podem ser uma ótima forma para isso, dê uma boa olhada nelas quando desejar revisitar seu passado.
Uma vez que você tenha partido com o trem das memórias, escreva as que chegarem à superfície e prossiga a jornada escrevendo todos os detalhes que vierem à mente.‘

Assim fiz, bem escrito e não escondendo uma profundidade enorme em parágrafos curtos e simples.
Revisitei inúmeras vezes o meu passado, as visitas foram inquietantes, e fizeram ressurgir memórias devastadoras.

Sim, o passado pode doer.
E agora está vivendo na minha memória, vivendo nas quatro malditas paredes desse lugar abominável (SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Sabe, é engraçado como uma memória ruim pesará sobre você por toda a vida, mas mil memórias boas parecem se distanciarem.
Memórias verdadeiras são para sempre porque não vivem na cabeça, elas vivem no seu coração, na sua alma.

Tudo bem desenterrar o passado só para ter certeza de que a raiz é forte e que esse vento, uma hora ou outra, vai passar. – Bruna Vieira

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

FATOS SOBRE EU E ELA

E o fato é que as escolhas erradas têm consequências.
Nos últimos anos, escrevi constantemente sobre fatos abomináveis, escolhas erradas, coisas atrozes, ações cruéis, de uma pessoa.
De novo, de novo e novamente.
Mas como continua sendo ignorado, continuarei repetindo.

E como falar sobre isso sem parecer duvidoso, sem alguém questionar se realmente não estou agindo de forma inadequada?
Eu realmente gostaria de saber.

E aqui podia partilhar episódios de quando voltei para reencontrar a parte mais dolorosa da minha história.
A maior parte está enraizada no passado traumático depois que meu casamento acabou, quando fui subtraído de um ambiente harmonioso para um lugar de desordem, que está associado a lembranças dolorosas (SOBREVIVENDO NO INFERNO).

A pessoa assustada, sempre “pisando em ovos”, a culpada constante, mesmo que nada fizesse.
O homem sem auto-estima, totalmente fechado e isolado; aquele rejeitado, triste.
Por fim o adulto traumatizado, magoado, com uma raiva muito grande de tudo, num misto de dor e revolta, porque eu fui o excluído.

Sabe, o problema não sou eu, eu simplesmente estou numa condição diferente da que deveria estar.
E tudo o que escrevo é só baseado nisso, em fatos.

Nem sempre quem conhece os fatos sabe a verdade por inteiro, pois, o que diferencia fatos, de verdades, são as vítimas. – Patricia Schmidt

terça-feira, 28 de julho de 2020

A DOR É O LEGADO DELA PARA MIM

A dor não é física, não é aparente, vai além de tudo isso, é um corte de navalha na alma.
As pessoas acham que a intensidade da dor diminuirá com o tempo, mas na minha experiência, é exatamente o oposto.
Sabe, abri o Google e pesquisei: Mães Abusivas, e reli sobre o tema.
Não estou sozinho, nunca estive, afinal há mais como eu, há mais mães como a minha, infelizmente, mas serve o consolo de não ser o único ou uma das aves raras que teve esta “sorte” na vida.

O primeiro embate é ver toda a nossa vida, ou aquela parte da relação mãe/filho, descrita ipsis verbis, depois analisar causas e soluções.
Deixou-me a pensar, fez-me viajar no tempo e recordar, com verdadeiros arrepios de terror, episódios, tantos da minha vida.

Neste percurso, houve noites que saí andando e vagueei pela noite, num choro compulsivo, numa agonia, completamente devastado, sem saber o que fazer, que assim não podia continuar.
Achei que não ia sobreviver, fui emergindo e submergindo no mar revolto que eram os meus dias, e as coisas foram piorando.

Então chega o dia 30 de maio de 2011: Ela transformou-se em algo ainda pior, e eu julgava que já conhecia o pior dela.
Hoje posso enxergar a minha dor e senti-la por um buraco que habita no meu peito, é um vazio que nada nem ninguém preenche, um ferimento que me carrega.

Mas depois eu penso: Caramba, passei pelo inferno e sobrevivi.
É isso, eu sobrevivi a uma mãe abusiva, e agora, mais uma vez, sem medos ou culpas de falar nisto, vejo que há mais pessoas como eu, histórias como a minha, piores até.

Bem, eu continuo à espera, ad aeternum, de um pedido de desculpa, não sou eu que dou o braço a torcer, que ponho para trás das costas porque "ah, é mãe", para mim chega.
Mas no caso, a dura realidade que devemos encarar é que, ler a crônica SOBREVIVENDO NO INFERNO, hoje, mais de duas décadas depois, pode descortinar que é impossível perdoar pessoas que acham que não fizeram nada de errado.

Faça a sua família se orgulhar do legado que você deixará, ele é muito mais importante que o ouro, muito mais resistente que os diamantes, o legado tem o seu valor aumentado conforme o tempo. – Dan Cliver

quarta-feira, 22 de julho de 2020

A MOTIVAÇÃO PARA A MINHA ESCRITA

Eu preciso que o mundo saiba, é meu combustível, minha necessidade de carimbar a força dos meus sentimentos.
Talvez esteja fora de moda dizer isso, mas existe força na verdade.
E exatamente o que na argumentação do que conto é importante? Eu falo a verdade, eu tenho os fatos de apoio aos meus argumentos.

Meus escritos demonstram que não se trata apenas de dar uma grande lição de moral, mas enriquecer a narrativa com elementos sólidos, e deixar o questionamento ético e moral para vocês, leitores.
Numa linguagem franca, com um olhar afiado e crítico, levando o leitor a refletir sobre, de uma maneira profunda e constante.

Afinal, não é possível que um ser humano aja, do nada, escrevendo dessa maneira.
Mas não foi do nada, existe um contexto, que vem da situação antes e depois (SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Sim, tudo o que eu disse é exatamente o que aconteceu.
Basta pensar um pouco para perceber que há algo de estranho aqui, afinal de contas, como é possível não ter importância você machucar alguém?

Agora, aquela pessoa pode não gostar de como a verdade parece, mas os espelhos podem ser cruéis às vezes.
E quando você fecha os olhos, não é só o que você não quer ver que você perde, é tudo.

O papel de um escritor não é dizer aquilo que todos somos capazes de dizer, mas sim aquilo que não somos capazes de dizer. – Anaïs Nin

quinta-feira, 9 de julho de 2020

O OUTRO LADO DA MATERNIDADE

Para quem não acredita existe sim, mães más.
Estou aqui para elucidar aqueles que ainda acreditam na regra ‘A mãe bondosa e amorosa que ama os filhos igual e incondicionalmente’.
Se você é um deles reveja crenças absolutas, está na hora de reestruturar as suas crenças, como afirma a especialista Michele Engelke.

Você não imagina o que é ser traído por quem te deu a vida, e a traição? Ela te come vivo.
Sabe, minha vida não era assim, mas desde que mudamos para esse lugar abominável várias coisas horrendas se sucederam (aconteceu e a narrativa está nesta crônica: SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Eu não entendia qual era o motivo, eu me sentia triste, e quanto mais triste mais revoltado.
Ela tomou as decisões baseada no que é melhor para os outros, nunca parou para pensar no que é melhor para o filho único.

Ela definitivamente não quis o que é melhor para mim, porque ela nem sabe o que é isso.
Ela não faz ideia do que é fazer o bem a alguém além dos seus protegidos.

Ela nunca ficava do meu lado, ela dava razão aos preferidos dela, mesmo que eles estivessem errados, os protegidos eram de “ouro” e eu não era nada.
Sou o filho mais comportado que ela tem e sou o único que sofre consequências como essa.

Profissionalmente fui visto com deboche, minhas ideias também, nada em mim era bom.
Se eu fosse tão ruim assim, por que seria amado por outras pessoas?
Então eu guardei um arquivo, primeiro por raiva e orgulho, e com o tempo eu fui percebendo que guardava por mim, para me lembrar qual tipo de homem eu era, não importando o que ela dizia.

Nesta experiência eu fui entendendo cada vez mais que, eu não só não era importante para ela; ela não foi capaz de ser a pessoa que eu precisava na minha vida.
Cada vez fui me isolando mais, deixando de me sentir parte daquilo.

Quanto mais idosa ela foi ficando pior pra mim, por que ela agora era além de mãe, uma senhora idosa.
Eu fazia de tudo para não ter desentendimento, quem iria dar razão a um filho que se desentende com a mãe idosa?

Provavelmente ela nunca vai contar para ninguém como ela me tratou, ela deve apenas dizer que cuida de mim e eu brigo com ela sem motivo.
Logo eu sou mesmo um filho desnaturado, mas, também não me importa mais a opinião dos outros sobre esta situação.

Eu sempre digo que não há amor incondicional de mães, não existe, é somente um ditado mentiroso de uma sociedade hipócrita. – Mônica de Paula Silva