quinta-feira, 9 de julho de 2020

O OUTRO LADO DA MATERNIDADE

Para quem não acredita existe sim, mães más.
Estou aqui para elucidar aqueles que ainda acreditam na regra ‘A mãe bondosa e amorosa que ama os filhos igual e incondicionalmente’.
Se você é um deles reveja crenças absolutas, está na hora de reestruturar as suas crenças, como afirma a especialista Michele Engelke.

Você não imagina o que é ser traído por quem te deu a vida, e a traição? Ela te come vivo.
Sabe, minha vida não era assim, mas desde que mudamos para esse lugar abominável várias coisas horrendas se sucederam (aconteceu e a narrativa está nesta crônica: SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Eu não entendia qual era o motivo, eu me sentia triste, e quanto mais triste mais revoltado.
Ela tomou as decisões baseada no que é melhor para os outros, nunca parou para pensar no que é melhor para o filho único.

Ela definitivamente não quis o que é melhor para mim, porque ela nem sabe o que é isso.
Ela não faz ideia do que é fazer o bem a alguém além dos seus protegidos.

Ela nunca ficava do meu lado, ela dava razão aos preferidos dela, mesmo que eles estivessem errados, os protegidos eram de “ouro” e eu não era nada.
Sou o filho mais comportado que ela tem e sou o único que sofre consequências como essa.

Profissionalmente fui visto com deboche, minhas ideias também, nada em mim era bom.
Se eu fosse tão ruim assim, por que seria amado por outras pessoas?
Então eu guardei um arquivo, primeiro por raiva e orgulho, e com o tempo eu fui percebendo que guardava por mim, para me lembrar qual tipo de homem eu era, não importando o que ela dizia.

Nesta experiência eu fui entendendo cada vez mais que, eu não só não era importante para ela; ela não foi capaz de ser a pessoa que eu precisava na minha vida.
Cada vez fui me isolando mais, deixando de me sentir parte daquilo.

Quanto mais idosa ela foi ficando pior pra mim, por que ela agora era além de mãe, uma senhora idosa.
Eu fazia de tudo para não ter desentendimento, quem iria dar razão a um filho que se desentende com a mãe idosa?

Provavelmente ela nunca vai contar para ninguém como ela me tratou, ela deve apenas dizer que cuida de mim e eu brigo com ela sem motivo.
Logo eu sou mesmo um filho desnaturado, mas, também não me importa mais a opinião dos outros sobre esta situação.

Eu sempre digo que não há amor incondicional de mães, não existe, é somente um ditado mentiroso de uma sociedade hipócrita. – Mônica de Paula Silva

sexta-feira, 3 de julho de 2020

VARIAÇÕES DA MINHA HISTÓRIA

Meu drama e outros buracos negros.
Eu gostaria de falar sobre o abandono, o sofrimento, a tristeza, a dor, a infelicidade.
Coisas óbvias como uma antiga questão da vida que me rendeu uma grande amargura.
A mágoa originada por desgostos do espírito ou do coração.

Carrego comigo lembranças, sentimentos, e a aspereza da violência de uma mente descompensada.
O motivo* (*causa ou origem de algo) está nas coisas que ela fez.

Sou aquele que tem uma deficiência emocional por causa do ambiente em que está há tanto tempo.
É um trauma* (*sofrimento, tormento, opressão dolorosa e com ressentimentos aliados a alguma dor; no campo psiquiátrico pode estar ligada a causas como traumas de ambientes familiares desgastantes, um dano, uma experiência emocional de tal intensidade que deixa uma marca duradoura, uma agressão psicológica muito violenta) emocional muito forte.

Essas marcas profundas me garantiam o aspecto envelhecido, mas eram o resultado de uma vida sofrida.
Minha vida não era assim, mas desde que mudamos para esse lugar abominável (SOBREVIVENDO NO INFERNO) há cerca de 22 anos, foi o que levou uma desgraça para a minha vida, aquela mudança parece que foi uma maldição.

Aquilo tudo me deixou perturbado, as circunstâncias foram extremamente estressantes.
Ser excluído assim te faz sentir que tem algo “errado” com você, algo ruim.

Eu repetia: Não fiz nada, então ficará tudo bem.
Mas os eventos me deixaram muito abalado psicologicamente.

Sabe, a normalidade com que ela trata isso é no mínimo absurda.
E no final das contas tudo se resume a verdade emocional dessa história, que é, acima de tudo, triste e traumática, dolorosa e assertiva, com contexto e referência.

Não há maior agonia do que a história não contada dentro de você. – Maya Angelou

segunda-feira, 29 de junho de 2020

CRÔNICA DE UM DRAMA FAMILIAR

Uma situação e suas implicações.
Aquele momento em que buscamos uma narrativa que aborde questões familiares e fale sobre escolhas que podem mudar nossa vida.
Sim, todas as famílias têm seus problemas, as melhores descobrem como resolvê-los.

E nada como um drama familiar para abalar o nosso emocional.
Essa contingência incide de maneiras diferentes em diferentes formas de vida.

A despejar-se a emoção que está à frente de um acontecimento, uma circunstância, ou que ocorre por consequência de lembranças traumáticas.
A sensação psicológica que se caracteriza pelo sufocamento, pelo peito apertado, e com ressentimentos aliados a alguma dor.
Pode estar ligada a causas psicológicas como traumas de ambientes familiares repressores ou desgastantes.

No tocante as escolhas, tudo isso que a gente vive e perde, acaba contribuindo para esse sentimento.
E no meu caso, é mais fácil se pensar que fiz algo para merecer isso.
No entanto, para chegar ao cerne do problema, é necessário rever o acontecido (SOBREVIVENDO NO INFERNO).

O conflito familiar nos destrói por fora, e nos mata por dentro. – Wanderson Oliveira

quarta-feira, 24 de junho de 2020

A ORIGEM DE TODOS OS PROBLEMAS

Conquanto já se possa saber o que foi.
Aprendi que todos nós procuramos respostas, e tudo que eu procuro são as mesmas respostas que vocês procuram.
De onde viemos? Para onde vamos? Onde nos encaixamos?

Este é um questionamento que hoje, mais do que nunca, estou novamente tentando responder para mim mesmo.
Estou aqui à decidir a resposta que me apetece escolher.

Eu li em um livro - Se Encontrar o Buda na Estrada, Mate-o! - que só se pode encontrar respostas dentro de si mesmo.
Então, para aquela última pergunta, vos digo: Não é aqui, esse lugar representa tudo o que eu não queria para a minha vida.

Tudo começou quase como uma revelação (SOBREVIVENDO NO INFERNO), rapidamente, as coisas começaram a cair à minha volta.
Sabe, não consigo pensar em nada além do que ela me fez.

Não posso mudar como me sinto em relação a ela.
Nossa relação é uma série de pequenas tramas, a cada dia ela puxou um fio, até que fiquei cheio de furos.

Não é um sentimento, é um fato, fui excluído, ela me abandonou e me agrediu, psicológica e moralmente.
E isso arruinou minha vida, porque isso nunca te deixa, nunca te deixa de verdade, isso fica aqui, dentro da gente.

É difícil compreender o abandono de uma mãe, mas é fácil entender quando não se existe amor de verdade. Talvez esteja aí a resposta para tal incompreensão. – Rose Silva

quarta-feira, 17 de junho de 2020

SÓ O DONO DA DOR SABE O QUANTO ELA DÓI

Do jeito que eu sei.
É fácil ficar louco de tristeza, mas será que existe uma linguagem para conversar sobre dor e sofrimento?
Sabe, ser forte não significa não sentir dor.
As pessoas que se fazem de duronas, são as que mais sofrem por dentro.

Mas só você pode escolher como reage a diferentes situações da vida.
Bem, eu não sou um homem precisando que alguém me resgate de minhas tristezas e questionamentos.
Sou apenas aquele que merece e precisa contar as minhas dores.

Problemas não ditos se materializam numa disfunção ainda inclassificável.
A dor interna se transforma em externa.

Estas são as razões que fazem tão necessária a narrativa para essa ruptura, alerta a psicóloga Adriana Serrano.
E quando algo dessa magnitude acontece - SOBREVIVENDO NO INFERNO - você não faz isso apenas por impulso.

Não posso me omitir a isso, a dor é demais para reparar, só quem já viveu sabe o quanto é desgastante.
À vista disso e diante da questão: Nós só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até o fim? Encerro com o pensamento de um provocativo escritor francês.

Cada um de nós têm o próprio ritmo de sofrimento. – Roland Barthes