quarta-feira, 24 de junho de 2020

A ORIGEM DE TODOS OS PROBLEMAS

Conquanto já se possa saber o que foi.
Aprendi que todos nós procuramos respostas, e tudo que eu procuro são as mesmas respostas que vocês procuram.
De onde viemos? Para onde vamos? Onde nos encaixamos?

Este é um questionamento que hoje, mais do que nunca, estou novamente tentando responder para mim mesmo.
Estou aqui à decidir a resposta que me apetece escolher.

Eu li em um livro - Se Encontrar o Buda na Estrada, Mate-o! - que só se pode encontrar respostas dentro de si mesmo.
Então, para aquela última pergunta, vos digo: Não é aqui, esse lugar representa tudo o que eu não queria para a minha vida.

Tudo começou quase como uma revelação (SOBREVIVENDO NO INFERNO), rapidamente, as coisas começaram a cair à minha volta.
Sabe, não consigo pensar em nada além do que ela me fez.

Não posso mudar como me sinto em relação a ela.
Nossa relação é uma série de pequenas tramas, a cada dia ela puxou um fio, até que fiquei cheio de furos.

Não é um sentimento, é um fato, fui excluído, ela me abandonou e me agrediu, psicológica e moralmente.
E isso arruinou minha vida, porque isso nunca te deixa, nunca te deixa de verdade, isso fica aqui, dentro da gente.

É difícil compreender o abandono de uma mãe, mas é fácil entender quando não se existe amor de verdade. Talvez esteja aí a resposta para tal incompreensão. – Rose Silva

quarta-feira, 17 de junho de 2020

SÓ O DONO DA DOR SABE O QUANTO ELA DÓI

Do jeito que eu sei.
É fácil ficar louco de tristeza, mas será que existe uma linguagem para conversar sobre dor e sofrimento?
Sabe, ser forte não significa não sentir dor.
As pessoas que se fazem de duronas, são as que mais sofrem por dentro.

Mas só você pode escolher como reage a diferentes situações da vida.
Bem, eu não sou um homem precisando que alguém me resgate de minhas tristezas e questionamentos.
Sou apenas aquele que merece e precisa contar as minhas dores.

Problemas não ditos se materializam numa disfunção ainda inclassificável.
A dor interna se transforma em externa.

Estas são as razões que fazem tão necessária a narrativa para essa ruptura, alerta a psicóloga Adriana Serrano.
E quando algo dessa magnitude acontece - SOBREVIVENDO NO INFERNO - você não faz isso apenas por impulso.

Não posso me omitir a isso, a dor é demais para reparar, só quem já viveu sabe o quanto é desgastante.
À vista disso e diante da questão: Nós só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até o fim? Encerro com o pensamento de um provocativo escritor francês.

Cada um de nós têm o próprio ritmo de sofrimento. – Roland Barthes

terça-feira, 9 de junho de 2020

DESABAFO SOBRE PASSADO, PRESENTE E FUTURO

O tempo não volta, mas sempre podemos visitar o passado.
Pretendo reconstituir o meu heterodoxo percurso e tentar reconstruir meu passado.
Nas minhas rugas se inscreve tanto a inexorabilidade do tempo que tudo destrói, como o sinal de que algo existiu certamente ali.

Bem, depois de mais de vinte anos, gostaria de compartilhar alguns pensamentos sobre o passado, presente e futuro.
O passado é uma coisa interessante, pensamos que é algo do qual possamos escapar, algo que nunca veremos de novo.
Embora de alguma forma o passado sempre nos relembre que também pode ser nosso presente, e nosso futuro.

Mas para entendermos melhor o nosso personagem teremos de retroagir um pouco no tempo.
Até um ponto, que, se não a nascente desse córrego, ao menos, o que talvez possa ser considerado o divisor de águas na minha vida, foi quando o show de horrores começou (SOBREVIVENDO NO INFERNO).

Então, cuidado com o que faz hoje, o passado sempre volta e nem todo erro é perdoável.
Você pode mudar sua reação ao passado, mas você não pode mudar o passado.

O passado sempre esta no nosso futuro, apenas esperando para bagunçar o presente. – Vanessa Pimentel

sexta-feira, 5 de junho de 2020

ASSIM NA TERRA COMO NO INFERNO

Um olhar sobre o homem.
Hoje, uma frase - dita pelo protagonista na introdução de uma série - ecoou pela minha cabeça.
‘Porque o que os outros chamam de inferno, eu chamo de casa.’

Uma frase tão curta, simples, mas de um significado tão grande.
Pensar no seu sentido não é uma tarefa complicada, o contexto só precisa ser entendido.

A trama explora relações interpessoais e familiares e o impacto que o mundo que nos rodeia, quer queiramos quer não, pode ter na vida de cada um.
É ficção, mas é sobre nós, sobre famílias, sobre a vida.

A série faz perceber que, por vezes, o mote está nos pormenores que nem sempre se vêem, escondido no interior magoado de cada um.
O que traz para si a todo momento a relação com o meu passado.

Que envolve questões de uma história recorrente, sobre a vida, caracterizada por tons melancólicos e realistas, abrangendo o cotidiano de um certo contexto vivido.
Que está associado a lembranças dolorosas, coisas abomináveis, ações cruéis.

É que minha vida toda mudou, eu percebi que, de uma maneira, minha vida acabou quando entrei nessa casa.
A repercussão emocional, afetiva e psicológica dos eventos daquela mudança de enderêço está nesta crônica: SOBREVIVENDO NO INFERNO.

No fim das contas, tudo isso abre um buraco dentro da gente.
E uma coisa é fato, pessoas que vivem no céu não devem julgar as que vivem no inferno, não acho que elas entendam a gravidade desta situação.

O inferno está vazio, todos os demônios estão aqui. – William Shakespeare

quinta-feira, 28 de maio de 2020

POR MAIS CONQUISTAS QUE SE TENHA NA VIDA, SEMPRE HAVERÁ UMA PERDA IRREPARÁVEL

Uma conversa sobre perdas emocionais.
Acredito que sei alguma coisa sobre perda, está comigo todo dia quando acordo e toda noite quando fecho os olhos.
Tem sido uma jornada e tanto, perdeu-se muito, muito se sacrificou para chegar até aqui.

Perdi a maior parte de mim, as coisas boas, a felicidade, a alegria de ser.
Estou triste o tempo todo, não sou a pessoa que eu era.

As pessoas acham que estou bem, que segui em frente, que sou triste às vezes, mas que estar assim é uma fase, só que não é.
Este sou eu o tempo todo, todo o resto é cópia, sabe?

Não está nada bem, mas sei como era ser normal, e tento reproduzir isso, mas não é o que realmente sou, e quero o normal de novo.
Pois é . . se ela não tivesse feito escolhas erradas (SOBREVIVENDO NO INFERNO) eu teria uma ‘vida’ ao invés de nada, podem entender como é ser assim?
Sentir a perda que senti?

Foi tudo por causa dela, por causa de nossa mãe, nós tivemos imensas perdas. Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, nem fomos presos por qualquer crime. E agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "pais maus", como minha mãe foi. – Carlos Hecktheuer, médico psiquiatra.

As perdas da vida nos colocam em patamares de desafios, que muitas vezes quase não podemos suportar. – Paola Rhoden