sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O LADO “OCULTO” E INESPERADO DE TUDO QUE ME AFETA

Labirintos sombrios.
Estou com saudade de um lugar onde nunca estive.
Eu não sei o que tem lá.
Nem o que me aguarda.
Mas seja o que for, eu vou encontrar.

Já tentei fazer uma reflexão sobre o significado da minha jornada pessoal.
Atravessei o jardim sem chegar a lugar algum?
Disse um alpinista equatoriano que por mais que o caminho seja uma meta, nem sempre se chega.
Eu acrescento: Pois nem toda escada leva para o alto, algumas descem aos subterrâneos.

São as alamedas da escuridão.
E na ausência de luz, a escuridão prevalece.
Talvez tenham tirado o brilho da minha significância, aquilo que concerne, o que dá a dimensão sobre a nebulosidade desses momentos.
Resta tentar controlar minhas emoções e cultivar melhor o meu jardim.
Como uma cintilância que se dá no meio de uma sombra.

Complementando o que escrevi em TENHO ALGUMAS QUESTÕES FILOSÓFICAS IMPORTANTES:
Qual o sentido da vida?
Estamos aqui por uma razão?
Qual o objetivo disso tudo?

Por enquanto depreendo que em cada vida, aprendo uma nova lição.
Encontrar paixão em tudo o que fazemos pode ser uma, entre as excelentes maneiras de sermos melhores e atravessar melhor nossa jornada.
Depende de nossas atitudes, de nossas crenças internas, de nossa consciência e disponibilidade – qualidade de quem se acha aberto para novas idéias – para tal.

Porém permanecem as questões pertinentes.
Eu tinha um novo propósito?
Precisavam de mim novamente?
Havia um objetivo nessa minha jornada?

– Nossa missão aqui na Terra é evoluir, isso eu sei.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

LAÇOS DE SANGUE SÃO ELOS FRACOS

O que conecta e importa é o relacionamento.
Segundo a Wikipedia uma família disfuncional é uma família em que os conflitos decorrem continuamente e regularmente.
Ocorrem sintomas na maioria das famílias disfuncionais como: O trato desigual ou injusto de um ou até mais membros.
Falta compreensão e sensibilidade para com algum membro, enquanto expressa-se uma extrema empatia a outros membros.

O que me motivou a fazer uma lapidar observação sobre.
Até décadas recentes, o conceito de uma família disfuncional não era levado a sério por profissionais como terapeutas e etc.
Contudo, Luis Alberto Py, médico pela UFRJ, especializado em Psiquiatria pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de S. Paulo, credenciado pelo Board of Behavioral Science Examiners, analista da Sociedade Brasileira de Psicanálise e membro da Group-Analytic Society, faz uma afirmação deduzida de uma verdade já demonstrada, que deriva, em um encadeamento, produzindo um acréscimo de conhecimento por meio da explicitação de aspectos que, no enunciado anterior, se mantinham latentes ou subentendidos.
Ele diz: ter preferência por um filho(a) não é saudável, é uma neurose da pessoa.

Segue um relato de uma jornalista.
Saí do consultório da pediatra das minhas filhas e, embora Nina tenha 4 anos e meio e eu já ache que sei bastante a respeito de ser mãe ela me abriu o olho para um detalhe importantíssimo: cada filho tem suas necessidades que, não necessariamente, são as mesmas do outro.
Parece maluquice, mas é fácil de entender.
Toda mãe quer proporcionar o melhor pra seus filhos e isso significa não fazer diferença entre um e outro, dar as mesmas coisas para os dois, certo?
Muito bem, se você acha isso certo, sinto lhe dizer, você está errada.
Porque cada criança é única e especial e nem tudo que é bom para uma funciona para a outra!
Parece que é simples criá-las, se uma vai à academia a outra vai também e pronto.
Sim, se elas quiserem e for legal para as duas, não se elas forem diferentes com relação a gostos e temperamentos.
O fato é que temos que ficar atentos a essas nuances e enxergar os filhos como seres únicos, visualizando o que cada um precisa.

Donde – exemplificando um resultado – se tornou tão fácil e natural, desmerecer, desmotivar, desfavorecer, desanimar os outros e até ainda que pasmem*, qualquer um de nós.
*Referenciando: Processo através do qual uma palavra remete para uma entidade entendível num determinado contexto, significando portanto uma exclamação para dar ênfase a cerca de algo que se considera absurdo.
Desta forma, ausência de culpa não significa inocência.

Aquele alguém, que sempre disse que você não era bom o suficiente mesmo sabendo que era, por falta de reconhecimento do que já foi feito, do que já existe, das características e das habilidades pessoais.
Descapacitam, desconfiam, desmerecem o quanto temos merecimento.
É não pretender que outros sejam felizes, e em alguns casos, como solução "avaliada", preditar as pessoas, atrapalhar quem considerar-se.

O pretexto normal dos que fazem a infelicidade dos outros é de quererem o bem deles. – Luc de Clapiers Vauvenargues

sábado, 17 de setembro de 2016

A FICÇÃO É UM ESTILO INVENTADO, A HISTÓRIA É UM ESTILO CONSTRUÍDO

Textos sem pretextos.
Jerome Robbins, que revolucionou os musicais da Broadway, era conhecido por buscar todo tipo de informação.
A cada nova experiência escrevia cartas de até 30 páginas a amigos, não com a intenção de contar a eles o que leu ou ouviu, mas de registrar aquilo para si mesmo e atribuir sentido aquelas ideias.
Exatamente o que faço aqui.

Da mesma forma da Cora Ronái, meu blog também é um repositório de textos.
E textos, devem ser escritos com coesão e coerência.
Coesão é manter todos os itens ligados entre si, para que não haja problemas no entendimento da mensagem.
Coerência tem a ver menos com gramática e mais com semântica, a significação das palavras e a interpretação do significado de uma palavra, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto.

Textos podem ter diversos focos, e quando focam no conteúdo da mensagem, são referenciais.
Daí*, na crônica UM MOMENTO PUNGENTE DE SOBREVIVÊNCIA, despejei (livrar-se de impedimentos) de fato as coisas (a palavra coisa é um “bombril” do idioma, ou seja, tudo o que existe) mesmo que nas entrelinhas.
*Como conjunção na fala coloquial – as pessoas a empregam como se fosse algo que expressa a ideia de conclusão, em geral usamos para concluir algo ou introduzir uma causa/motivo de alguma situação ter ocorrido.
Eu constatei (descobrir a verdade de, encontrar a verdade sobre, fazer uma verificação dos fatos, percepção, comprovação de algo) coisas terríveis, violentas, pavorosas, muito fortes, muito intensas, difíceis de suportar, que produzem resultados funestos.
Mas verdadeiras.

Eu fiz um justo juízo através da minha consciência.
São notas baseadas em fatos reais, mas que vêm apoiar a exposição anterior, todavia, posso oferecer novamente uma palavra apaziguadora – significando afastar a discórdia e criar um ambiente de tranquilidade onde este não existia – principalmente a quem possa sentir-se defraudado com estas revelações.

A pretexto de – justificativa apresentada para exprimir os reais motivos de algo – espero que compreendam.
Compreender e entender, palavras similares, mas com diferenças cruciais e importantes de seus sutis significados.
Compreender é a capacidade de entender com a inteligência emocional e moral.
Ter compreensão sobre os assuntos fará uma profunda diferença, compreender requer questionamento, perguntas e a busca pelas respostas.
Então parem de tripudiar uns, de debochar (arrastar à má conduta,criticar, ridicularizar) outros, e de não compreender o que está acontecendo, outros ainda.

Estou varrendo o pó da minha procrastinação para debaixo do tapete.
Procrastinar pode ser o ato de adiar algo ou prolongar uma situação para ser resolvida depois.
Tradicionalmente, a procrastinação tem sido associada com uma tendência de avaliar negativamente os resultados.

– Como toda crônica, esta me graduou um pouco mais em mim.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O TEMPO: O ESPELHO DA ALMA

Uma análise sobre a temática do tempo.

– A distinção e a separação das partes de um todo com vista a conhecer os respectivos princípios ou elementos.
– O que se refere ao assunto que se quer desenvolver em uma obra literária, o argumento, o enredo, a trama, o contexto, a ideia central, bem definida, simples ou complexa, desenvolvida de forma clara, para o bom entendimento.

O tempo é o que permeia toda a vida.
Uma concepção – modo de ver, ponto de vista – de tempo.
Um estudo – processo de aplicação da inteligência para compreender algo – fundamentado na constituição da temporalidade pela minha perspectiva pessoal.
Como seres temporais, que somos.

A essência do tempo – aquilo que é o mais básico, o mais central, o mais importante – o que faz que uma coisa seja o que é, e não outra coisa, que é invariável e permanente.
A distensão da alma humana, sendo esta, capaz de voltar-se ao passado, intencionar no presente e se projetar a um futuro que ainda não existe.

A teoria do tempo: Passado, presente e futuro.
O que é, pois, o tempo?
A percepção que tenho dele, que se manifesta no indivisível e no uno!
Como conceituar a temporalidade?
Está o homem preso à temporalidade?
Pode-se medir o passado que já não é mais, ou o futuro que ainda não o é?

A indagação é pertinente.
Visto que o tempo é, por definição, mudança.
O tempo não é uma sucessão de “espaços”, mas sim contínuo e indivisível.
Como desfazer este enigma?
Definir algo por suas particularidades ou singularidades – porém difícil de entender e compreender – uma cousa obscura ou ambígua, mas verdadeira?

A questão da temporalidade está totalmente vinculada ao homem.
Conceituando-se também que, atemporal é um adjetivo usado para qualificar algo ou alguém que não é afetado pelo passar do tempo, ou seja, que faz parte de qualquer época ou tempo, e um dos sinônimos de atemporal é intemporal.
E sendo que, o tempo não pode medir a eternidade, uma vez que esta se encontra acima da temporalidade.
Estabelece-se um contraponto a partir da indagação que aborda a temática do tempo, uma vez que passado não existe e o futuro não chegou.
Portanto, sendo o tempo criatura, o que é a temporalidade?

É perceptível, pois, a forte ligação existente entre a alma humana e a memória, é a memória que faz existir um passado no presente, e os vestígios de tal passado encontram-se impregnados na alma, sendo esta, capaz de revelar os mistérios mais profundos de qualquer indivíduo.
Como podemos então ter acesso ao que já passou ou ao que ainda não existe?
O futuro do presente passado não o pode perceber nem medir, porque esse tempo já não existe.
O que ainda virá, ainda não existe, e fora dele, o que há é a eternidade.

Daí, me debrucei sobre Santo Agostinho e sua reflexão sobre o tempo.
No Livro XI, Confissões, redigido entre os anos de 397 e 398, em sua argumentação dialética, Santo Agostinho revela-se admirável analista de problemas psicológicos íntimos.
Sua filosofia é de grande relevância, ultrapassando todos os limites de épocas e influenciando os dias atuais, bem como, abriu horizontes e caminhos para sua própria reflexão.
Onde escreveu: ‘o que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer à pergunta, já não sei.’

Santo Agostinho explica a questão da temporalidade utilizando-se da tríade, memória, intenção e espera, sendo, passado, presente e futuro modulações de um único tempo.
Costumamos dividir o tempo nessas três partes, mas, segundo ele, só temos a capacidade de perceber e medir o tempo no momento em que decorre.
O medimos a todo o momento, convivemos com ele a cada instante e ainda assim o desconhecemos, posto que o tempo é imensurável.
A concepção de tempo segundo Santo Agostinho diz: interrogar-se sobre o tempo é também, em certa medida, se interrogar sobre o eu narrador.
Ele encerra seu texto mostrando que o homem possui enfermidades que não cicatrizam.

O que me fez sentir uma ferida reeditada.
Advento, no qual recordo certas coisas.
Coisas que lembram a maior ofensa que tentei esquecer nos porões do inconsciente.
Faço um esforço diário para alterar/apagar o que vivi nessa fase.
Entretanto não me livrei do trauma, está aqui guardado.

Carrego o revés das imagens oníricas – o que define oníricas como alterações estruturais em seus mais amplos e variados sentidos é a existência de prejuízos ao indivíduo.
A angústia da impotência, o sentimento de incapacidade, falta de poder ou meios, a impossibilidade.
Aflitivo é pouco para definir o choque emocional.

Comecei a considerar as emoções que a situação me causou.
Eu ‘entendi’ que aparentemente “perdi” coisas.
Tanto esforço que só ‘desisti’ depois de fazer inúmeras concessões inúteis.
Mas hoje, por ser mais maduro, tento customizar – alterar algo para fazer com que sirva melhor aos requisitos – as lembranças.
E olhando através de uma parte mais consciente de mim mesmo, também saber que tudo o que ocorre na vida é um aprendizado de crescimento.
Que só ocorrerá quando eu integrar aquilo que ocorreu.

Desejo nestes tempestuosos tempos, verificar em que período preparatório está minha vida, a fim de referenciar – aquilo que nos dá conhecer uma determinada história, o que permite encontrar algo – um método de aprendizado.
Deixar as sensações passarem com a mesma velocidade que elas chegaram.
Bem, depois de uma instigante e complexa análise do tempo, só me resta dizer: A lembrança das coisas passadas, a visão presente das coisas e a espera das coisas futuras, o que ainda me resta é futuro.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

PROCUSTO E A INTOLERÂNCIA HUMANA

Inversão de paradigmas.
O mito de Procusto – mitologia grega – é uma alegoria da intolerância.
E a intolerância, traz angústia, infelicidade e solidão.
O mito também nos ensina sobre a violência no desacordo.

Inúmeras vezes o espírito de Procusto apareceu na História da humanidade.
Ele esteve presente no massacre dos conquistadores europeus, na crueldade da escravidão, no absurdo do holocausto.
Presente onde o ser humano por se achar superior ao outro, por considerar que o outro não se ajusta nas suas medidas resolve subjugá-lo, enquadrá-lo.
Impossível, pois, não se perceber a analogia do mito, ele representa claramente a intolerância do homem em relação ao próximo.

Em toda a história da humanidade o homem intolerante tentou enquadrar em seus padrões de comportamento todos os considerados diferentes.
Não poucas vezes ele usou a figura e o nome de Deus para fazer esse “enquadramento”, aconteceu na inquisição, nos seus congêneres e tem sido assim nos dias atuais.
O intolerante mutila o outro, senão fisicamente, psicologicamente, quando este não se enquadra em seus padrões estabelecidos.
Por que insistem querendo obrigar aos outros a viverem segundo os mesmos padrões e ideais, tentando forçá-los a ajustarem suas condutas aos conceitos pré-estabelecidos?

A psicóloga Marta Rosmaninho analisou algumas acepções contemporâneas do mito.
Ela diz: ‘acontece que não se tem muito espaço na nossa vida social, nos nossos valores, na nossa cultura ocidental, atualmente, de olhar pra dor. De olhar pra incapacidade, de olhar pra dificuldade, acho que por isso temos muita dificuldade de lidar com o limite’.
Vivemos, pois, num mundo de analogias e meras imitações, puramente relação de semelhança ou correspondência estabelecida entre coisas ou fatos distintos.
Situações díspares, num processo cognitivo de transferência de informação, ou seja, não segue um padrão descritivo de interpretação porque é subjetivo.

Dessa forma, um paradigma se refere precisamente a um critério determinado, que é claro e que pode servir de referência para realizar determinada ação.
O paradigma mostra um modelo que serve de inspiração para concretizar outros casos similares, ele também é uma forma de classificar a realidade a partir do ponto de vista do conhecimento dessa realidade.
Do ponto de vista do comportamento humano, vale destacar que a fábula é um exemplo de paradigma.

Concluo significando a legenda da figura e o título desta crônica.
Paradigmas: Imposições padronizadas, modelos que se tornam impostos, padrões psicológicos, ou “mapas” que se usam para “navegar” na vida.
Princípios e dogmas: A ética e o mito de Procusto.
Dogma: Ponto fundamental de uma doutrina apresentado como certo e indiscutível, de origem grega, que significa literalmente, ‘o que se pensa é verdade’, e no campo filosófico, uma crença/doutrina imposta, que não admite contestação. Um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo ou grupo.
Ética: Aquilo que pertence ao caráter, virtude caracterizada pela orientação dos atos pessoais segundo os valores do bem e da decência.

No contexto da psicologia, o paradigma mostra uma aceitação de ideias, as crenças assumidas e os pensamentos interiorizados.
Dentro desse contexto, também podemos falar da mudança de paradigma, que mostra uma mudança significativa, essa mudança mostra o princípio de uma nova etapa.
Concernente à investigação dos princípios que: Motivam, distorcem, disciplinam ou orientam à conduta e o comportamento humano, e refletindo a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social.
É emblemático, porém o conceito é mais amplo.
Portanto eu declino.