quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

'A MÃE MÁ EXISTE'

'Para quem não acredita existe sim, mães más.'
Confira o artigo abaixo de Mônica Raouf El Bayeh, psicóloga clínica, escritora e professora.

'Essas mães existem, por mais aberrantes que possam parecer.
Há mães que são só o amargo, sem apoio, são falta de chão, elas têm o poder de faltar justo quando se precisa delas.
Essas mães são más, não fazem por falta de instrução nem por falta de manual.

A mãe má existe, ela não apoia, ao contrário, ela tira o teu chão, ela vai te espetar, te machucar.
Ela é uma mãe que deu defeito, uma mãe que não sofre com o sofrimento do filho.
Ela vai tirando a terra embaixo dos seus pés, te enterrando vivo, você não sabe o porquê disso, então você vai se deixando matar em vida.

É comum filhos de mães más tentarem o suicídio, ou, pelo menos terem essa ideia constante na mente.
Não é para menos, os ataques minam a energia, murcham a alma, tiram o gosto da vida, eles vivem um inferno diário.

Elas torturam, e se fazem de vítimas, de coitadas, generosas com bichinhos abandonados, a porta do inferno quando a questão é a sua vida.
Se essa mãe é a sua, procure ajuda, rápido enquanto está vivo, procure uma terapia, procure quem possa te ajudar, sozinho é muito difícil sair dessa situação de abuso.

A vontade da morte não quer dizer que você quer morrer, quer mostrar que você quer viver em paz.
Uma vida com respeito, relações que não sejam abusivas, ter o direito à uma vida boa.
Aprenda a ficar vivo, a se defender de pessoas cruéis, a perceber que você tem, sim, o direito de ser feliz, amado e bem tratado.'

Uma síntese perfeita da minha própria vida, e sim, os danos podem ser insuperáveis.
Eu mesmo passei anos com essa ideia (até o planejamento – vide INSTRUÇÕES PARA O MEU FUNERAL), pensando em colocar um ponto final, motivado pelo impacto das atitudes abomináveis dessa senhora aqui (vide SOBREVIVENDO NO INFERNO).
Contudo, alguma coisa boa nasceu de uma tragédia (saiba mais em O QUE APRENDI SOBRE DAR E RECEBER), e isso me ajudou a não desistir de tudo.

Foi tudo por causa dela, por causa de nossa mãe, nós tivemos imensas perdas.
Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, nem fomos presos por qualquer crime.
E agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "pais maus", como minha mãe foi. – Carlos Hecktheuer, médico psiquiatra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário