sexta-feira, 5 de setembro de 2014

NÃO DEVO NEM POSSO ABSOLVER OU CONDENAR, MINHA FUNÇÃO SE REDUZ A ANALISAR OS FATOS

Por conseguinte estou inferindo.
Consuelo Blocker resolveu fazer uma coisa assustadora, postou fotos de lingerie.
As pessoas ficaram muito incomodadas com isso.
Afinal, como pode uma mulher de 50 anos estar feliz com sua velhice ao ponto de mostrar o corpo quase nu?

Ela diz: "Entendi que no Brasil é errado ser velha, você não pode assumir a sua idade e isso é muito estranho. Ninguém vira uma vovozinha só porque os anos passaram. Você pode ser mãe, avó, bisavó e continua sendo mulher."
Todavia, muitas leitoras se identificaram e contaram que foi a primeira vez que elas viram que uma mulher mais velha pode ser sexy.

Muitas mulheres de 50 anos não sabem que podem e devem ser sensuais.
Cada idade tem sua beleza, tem o seu significado de sexy.
Se as pessoas só conseguirem achar bonito adolescentes, tem algo muito errado na nossa sociedade.
Não é um tanto quanto bizarro acreditar que devemos parecer jovens para sempre?

Uma sociedade em que cabelo branco é sinal de que fomos avelhentados, sob o viés da sua régua fugaz.
E rugas são combatidas como inimigos em guerras.
Um patrulhamento etário que determina em que etapa da vida alguém deve fazer ou não tal coisa.

Desde quando o mundo passou a ser dividido em baias de idade?
O mundo talvez queira que a gente pare, sim, de fazer sexo e de se sentir sexy depois de certa idade.
Assim que você começa a sair da juventude as pessoas já querem que você deixe de usar essa ou aquela roupa, que se comporte de certa maneira ou que deixe de demonstrar amor em público.

Envelhecer é encarado quase como um pecado capital.
Porém envelhecer faz parte da vida.
Ou se envelhece ou morre-se cedo.

Somos quem queremos ser e não podemos deixar que as pessoas nos digam como envelhecer bem.
Não podemos esquecer disso.
Quando o tempo passa de forma saudável, não há com o que se preocupar.
Nosso brilho no olhar, nosso amor próprio, nossas opiniões e ideias ainda estarão ali.

Imagina só o pânico de sentir o tempo passar e não entender bem porque aquilo está acontecendo?
Não há nada que a gente possa fazer para deter os átomos no tempo.
O relógio de nossa vida é tudo o que de fato temos.
Sabemos que o ser humano quer viver por mais tempo, e com saúde, claro.
E se vamos viver mais, significa que seremos mais idosos.

- Não que eu lide exemplarmente com rugas e sinais da idade, mas sei que é inevitável.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

I HOPE YOU'RE RIGHT

I really do.
Nascimentos, casamentos, separações, encontros, desencontros.
Amor, dor, paixão, frustração, nascimento e morte, esses temas universais que acompanham a desesperança e esperança de todos nós.
Todos esses grandes momentos da existência de todos nós.

- O que mais me fascina na retomada da questão.

Ninguém sabe o que se passa na vida do outro, não sabe as dificuldades, as tristezas, as dores, as marcas que a vida deixou na pessoa.
Então nunca julgue alguém.

Uma pergunta: O que mais vale na vida?
É ter tudo e não ter nada, ou ter nada e não ter tudo?

Ela foi para mim o sol.
Uma vez que esse sol se pôs, eu vivi uma tristeza inconsolável.
Porém às vezes, até o sol pode se vestir de lua.

Entretanto não vou ser resignado.
Um perseguidor da temperança e da sobriedade.
Mas sim ficar tão à vontade comigo mesmo que não sinta que precise de mais ninguém.
Um observador, pensador e lobo solitário que acredita que a melhor forma de viver a vida pode ser dar um passo pra trás e analisar o todo.

Hoje, aquela que um dia foi a mulher da minha vida, não passa de uma estranha.
Mas não há como deixar o deslumbramento de lado.
Exige muito desprendimento.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

COISAS QUE VICEJAM EM MIM

Elas vicejam mais por entre os muros.
Falo do passado com propriedade.
As ideias, as coisas, os amores, os pesares, transmudam.
Ou seja, as coisas mudam, mas não mudam.
Minha autoestima ganha uma sobrevida, mas minhas atitudes continuam 'as mesmas', claro, desta vez, buscando um resultado que poderá transformar e redimir meus erros do passado.

Fica fácil quando a visão é inspiradora, mas realmente difícil para quem não enxerga o invisível.
Não basta apenas identificar o objeto, é preciso classificá-lo, contextualizá-lo.
É preciso resiliência para recomeçar diversas vezes e não desistir.
Encontrar um problema que seja encarado com enorme determinação, e assim virar apenas mais uma etapa a ser superada.

Todavia, as pessoas erram, se machucam, se arrependem.
Mas entre o princípio e o fim tem o meio.
Entre o certo e o errado há milhares de outras coisas.
Dentre elas, o amor.

O amor é estranho.
A compulsão é tão grande que não medimos esforços para conseguirmos o que queremos.
O que pode gerar prejuízos, e também levar à solidão e carência.
E tudo o que não se pode controlar racionalmente, é um perigo.

Só tem uma coisa que não pode, é maltratar a si mesmo.
Isso não pode.
Decepcione todo mundo, mas nunca decepcione a você mesmo.

A gente precisa se amar, se respeitar e conhecer nossos limites.
A gente não precisa ser como alguém disse que é o certo, temos que ser nós mesmos.

Com ou sem amor, a vida é de cada um.
Eu sem dúvida prefiro ser visto na minha melhor versão, a mais bela de mim mesmo.
Apesar de talvez ter de resgatar em mim mesmo o sentimento de o quanto sou especial.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

NA VIDA HÁ SEMPRE UMA CONJUNÇÃO ADVERSATIVA

Equilíbrio, ele não existe sem autocontrole.
A cidade encolheu depois que ela foi embora.
A cidade vai apagando os rastros, mas tem sempre um cantinho para evocar as lembranças.
Um 'retorno' aos lugares que costumava ir, e vê-la.
Lugares que me deixam preso ao passado em vez de focado no futuro.

Parece que as árvores secaram, as flores murcharam, os pássaros morreram.
Sei lá, tá tudo muito estranho.

A 'derrota' é profunda, mas dada à reflexão.
Há todo o tempo do mundo para conjecturar sobre o que deu errado.
As 'derrotas' servem para eu praticar o saudável hábito de revisão.

Qual a verdadeira lição de uma 'derrota'?
- A alegria da vitória só existe por causa da tristeza da 'derrota'.

A longo prazo, o ideal é reavaliar prioridades, saber dizer não às demandas e entender que as coisas ruins vão passar.
É como um túnel.
Assim que o limbo terminar e a ferida se tornar apenas uma cicatriz, não sentirei mais a menor falta dessa época da vida.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A PARTE MAIS ANGUSTIANTE E QUASE PROIBIDA DA MINHA BIOGRAFIA

Até biografias ilustres foram salpicadas por transgressões, que se viessem à tona seriam escabrosas.
Eu a olhava, e desejava, de um jeito tão intenso que quase me fazia desmaiar.
Por mais que eu tentasse, não encontrava portas ou janelas para escapar daquele purgatório.
Devia ser alguma coisa no meu modo de ser, na minha remição.

Ela acabou com minhas noites de sono e dilacerou minha autoconfiança, que já não era das mais equilibradas.
Ou seja, um homem inseguro e de baixa autoestima, daí, mais fácil de desestabilizar.
Quando é muito mais atraente, uma pessoa ser seletiva com suas escolhas no amor, pois isso mostra que dá valor a si mesma.
Mas eu tentava me manter firme, sorridente, como se meu inferno pessoal não importasse.

Por mais perturbador que tivesse sido, precisava ter me preparado.
Para, no acaso, de um belo dia, quem sabe, se atropelado por aquele desejo súbito, que me fazia, em uma noite fria qualquer, ficar carente e começar a pensar demais nela, manter a cabeça erguida e continuar caminhando.
Eu precisava me libertar, seguir meu caminho, pois ela representa o meu passado, é uma força opressora, e eu precisava me conectar com aquilo que realmente sou.

Muita coisa já foi feita, mas ainda há muito a fazer.
Mas já é possível perceber que há esperança onde antes só havia desespero.
Por uma fresta, vejo alguma luz e me encho de esperanças.

E é preciso descobrir oportunidades e brechas dentro deste contexto.
Descobrir um jeito particular de ponderar minhas expectativas.
Clarear minha mente e mapear as atitudes, para me comportar diante de situações extremas.

Pois quais são os motivos que nos fazem ficar ao lado de pessoas que, teoricamente, amamos?
Há momentos em que precisamos lidar com a perda.
Melhor perder o outro do que perder-se.
Às vezes não nos damos conta que estamos perdendo nossa identidade, perdendo a razão, perdendo nossa vida.

É preciso manter alguma dignidade frente ao amor negado.
Tenho que ser intenso, sem ser desastrado.
Não é um equilíbrio fácil, mas pode ser almejado.
Dói, mas está tudo bem, eu estou acostumado com isso.

- Tenho de lembrar: Para que ler novamente um livro que já sei como começa e termina?